Por que descendentes nascidos no Brasil possuem um segundo nome japonês? Uma herança da imigração

Uma das principais características de filhos e netos dos imigrantes do Japão no Brasil é o segundo nome japonês. Por mais que isso possa parecer somente uma capricho, na verdade revela  muito da história da chegada dos japoneses em terras tropicais.

Sendo assim, conheça aqui um pouco mais de como esses segundos nomes se tornaram importantes para os imigrantes e o que significa essa combinação.

A imigração e os nomes japoneses

Um dos principais desafios quando as famílias japonesas chegaram ao Brasil era de sociabilizar com outras pessoas. Vale lembrar que as famílias vieram para trabalhar nas fazendas sem saber nada sobre os costumes brasileiros e nem falar em português.

Além disso, ainda trabalhavam com outros imigrantes, como espanhóis e italianos, que tinham imigrado alguns anos antes.

Uma das dificuldades que podemos destacar para que essa integração não ocorressem, é que os japoneses, por exemplo, não eram católicos. Assim, não iam para as Igrejas aos domingos e normalmente faziam seus cultos dentro de casa.

O idioma também era um grande impasse e trazia tanto dificuldades como sofrimentos para essas famílias que buscavam oportunidades em um país completamente diferente do que conheciam.

Assim, uma das dificuldades que se impunha para essas famílias, além de tantas outras, eram os nomes. Ao contrário dos nomes em espanhol e italiano que possuíam uma pronúncia mais similar para os brasileiros, os nomes japoneses eram algo completamente diferente.

Por conta disso, não é raro escutar história de imigrantes e seus descendentes que possuem o nome escrito errado até hoje. Pois, quando foram fazer seus registros, diziam um nome e o cartório escrevia o que entendia, o que nem sempre era o correto.

O segundo nome japonês

Diante disso, como afirma Jorge Okubaro, em seu livro Adeus Masateru!, os imigrantes começaram a batizar seus filhos com nomes que fossem mais comuns no Brasil para que eles conseguissem se integrar.

Portanto, colocavam um nome “brasileiro” seguido de um nome japonês. Assim, mesmo se um dia voltassem para o país de seus pais, teriam como ser chamados pelos japoneses por um outro nome.

Essa ação foi fundamental para que os filhos de japoneses conseguissem se integrar minimamente na sociedade brasileira da época.

Muitas vezes o nome que antecedia o nome japonês era escolhido para homenagear alguém que não era japonês e era próximo da família. Em outras vezes também eram escolhidos nomes que estavam na Bíblia, que também são comuns na sociedade brasileira.


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Hoje em dia, permanece enquanto um costume dos descentes de japoneses terem um segundo nome japonês. Apesar disso não ser obrigatório, muitos mantém a tradição.

Até mesmo mestiços possuem nome em japonês. Assim, mesmo que muitos descendentes desconheçam, os seus nomes possuem uma história que está atrelada à dificuldades que seus antepassados passaram para se integrarem no Brasil.