Mãe solteira no Japão: as dificuldades e preconceitos que as mulheres enfrentam

Ser mãe solteira no Japão não é uma tarefa nada fácil. Além disso, boa parte delas estão na linha da pobreza pela falta de oportunidades e de pagamento de pensão pelos ex-maridos.

Conheça aqui um pouco mais sobre essas mulheres e como elas lutam para criar seus filhos e sobreviver.

Mãe solteira no Japão e o preconceito

Antes dos problemas do dia a dia de sustento da casa, as mães solteiras no Japão precisam lidar com o preconceito.

As meninas no país são criadas para serem futuras esposas e mães, colocarem os seus lares em primeiro lugar mesmo que isso custe a sua carreira profissional.

Assim, aquelas que não seguem esse destino são vistas até mesmo como perdedoras por boa parte da sociedade. Isso faz com que, por exemplo, não consigam bons empregos.

Em muitas vezes as mulheres são tidas como as culpadas por não estarem mais casadas. Acabam carregando um estigma de fracasso e ainda precisam lidar com a organização de suas casas.

Mesmo que o governo tente ajudar as famílias monoparentais com financiamentos, as chefiadas por mulheres ainda sofrem muitos preconceitos. Isso revela o quanto a sociedade japonesa ainda possui muitos traços machistas em que as mulheres são limitadas a exercerem principalmente as funções de boas mães e esposas.


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Mãe solteira no Japão e as dificuldades financeiras

Outro desafio pelo qual essas mulheres tem de passar refere-se ao financeiro. Afinal de contas, precisam de recursos para conseguirem sustentar devidamente uma criança.

Um dos maiores problemas está no fato de que no Japão, ainda, as mulheres recebem menos que os homens. Além disso, dificilmente uma mulher que é mãe solteira conseguirá um emprego que pague mais. Normalmente ela também terá um salário muito baixo.

Mesmo existindo alguns auxílios sobre para ajudar no pagamento das creches, por exemplo, as mulheres acabam não optando por eles. Pois quando em muitas prefeituras, quando elas vão tentar ter acesso a essa ajuda, precisam lidar com questionamentos que são preconceituosos e invasivos.

Na região de Tokai, por exemplo, as mulheres precisam responder sobre como foi a gestação delas e quanto tempo passam com homens. A depender da resposta elas podem ter acesso ou não ao auxílio.

Mesmo a pensão alimentícia que deveria ser paga pelo pai é um desafio. Apenas 20% das mães divorciadas recebem pensão alimentícia. E caso elas queiram processas seus ex-maridos, terão de pagar altos valores para entrarem na justiça.

O resultado disso é que 54% das famílias monoparentais estão no nível da pobreza no Japão, sendo que boa parte delas são de mães solteiras.

Dessa maneira, o preconceito que as mães solteiras sofrem cotidianamente no Japão possui reflexo direto na situação econômica em que elas se encontram, o que pode levar a um maior sofrimento também de seus filhos.