Jovens infratores no Japão e os programas de inclusão para que não cometam mais crimes

Em um esforço para promover a reabilitação dos jovens infratores no Japão, os reformatórios estão tentando fazer com que mais deles se envolvam em suas comunidades enquanto adquirem habilidades técnicas que podem levar a um futuro emprego.

Dado o perigo de jovens recém libertados acabarem cometerem novos crimes ao não conseguirem encontrar trabalho ou um caminho à frente na vida, os especialistas dizem que é vital que eles encontrem pessoas que respeitem e testemunhem exemplos de sucesso.

Conheça aqui mais sobre esses tipos de programas e como eles estão ajudando aos jovens do país a não terem mais a sua liberdade privada.

Os jovens infratores no Japão e a reincidência

Um desses exemplos de programas é o de Manabu Nakajima. Quando ele dirigia a instituição correcional de Fukuoka, hoje ele é aposentado, trouxe um grupo sem fins lucrativos formado por ex-jovens infratores para ajudar os presos daquele local.

Nessas reuniões de discussão os jovens presidiários têm liberdade para fazer perguntas e expor suas dúvidas e preocupações. Assim, eles podiam trocar informações e anseios sobre como seria a vida depois de passar pelo reformatório e a retomada da liberdade. O cotnato com aqueles que já tinham passado pela mesma experiência é benéfico tanto para quem ainda está preso, como para quem já saiu.

Embora os instrutores do reformatório frequentemente aconselhem os jovens presidiários a romper seus laços com outros jovens delinquentes em seu círculo, os membros “mais antigos” do dizem o contrário. Em vez de seguir sozinho, às vezes é melhor buscar juntos um caminho de volta à sociedade. Assim, não se trata de separar os jovens, mas de fazer com que eles tenham algum laço com outras pessoas.

E, são nessas conversas que esses vínculos podem ser formados não para vir a cometer outro crime, mas para que tenham um apoio emocional.

Um outra medida aconteceu no centro de detenção juvenil na cidade de Sasebo, província de Nagasaki. Ali, os  jovens infratores fazem visitas regulares a lares de idosos e instalações para crianças com deficiência, enquanto também participam de atividades como cortar grama e interagir com os residentes.


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Os jovens infratores no Japão e os programas para trabalho dentro da prisão

De acordo com a Agência Nacional de Polícia, cerca de 17.000 jovens foram presos em 2020. A taxa de reincidência, que continuou a ultrapassar 30% nos últimos anos, ficou em 34,7%.

Dos cerca de 6.000 infratores reincidentes no ano passado, mais de 1.000 estavam desempregados, levando muitos especialistas a acreditar que o emprego é um elemento-chave para evitar que jovens infratores repitam crimes.

Os reformatórios estão experimentando várias inovações, incluindo o envolvimento de presidiários com empresas locais. Um deles está até mesmo tentando fazer com que os jovens infratores adquiram habilidades de cultivo de uvas usadas na produção de vinho.

A Ibaraki Agricultural Academy, um reformatório em Ushiku, província de Ibaraki, recebe orientação técnica da Ushiku Chateau, uma vinícola, desde o ano passado, e tem como objetivo enviar um vinho “feito com uvas cultivadas no reformatório”. Vinhas para variedades de vinho, incluindo Merlot, são plantadas no local, e os jovens se dedicam ao manejo do solo e rega as plantas.

Essas são medidas que tentam mostrar para esses jovens que suas vidas não acabaram, mas que ainda podem continuar a sonhar e até mesmo abrir um negócio um dia.

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