Uma pesquisa do Ministério do Trabalho japonês revelou que os jovens de lares adotivos no Japão tendem a ter problemas financeiros. Mais de 40% dos jovens japoneses que cresceram nesses lares possuem trabalhos não regulares, ou seja, não possuem nenhuma estabilidade e, por conta disso, estão mais propensos a terem problemas financeiros como a se endividar.
Esses jovens acabaram nesses lares devido à violência doméstica e outros problemas familiares. Conheça aqui alguns outros dados sobre essa pesquisa e como é a situação desses jovens que já sofreram muito, mas ainda possuem muitas dificuldades pela frente.
Pesquisa sobre os jovens em lares adotivos no Japão revela muitas dificuldades
A pesquisa também se deteve nas questões de saúde, e mostrou que cerca de 20% dos entrevistados evitou ir aos hospitais no ano passado. Isso também se deve aos problemas financeiros que acabam enfrentando e, assim, deixam a saúde de lado.
“Eles estão enfrentando graves dificuldades financeiras”, disse Ichiro Matsumoto, professor da Universidade de Hokkaido, que assessorou o ministério na pesquisa.
Essa pesquisa é inédita. Foi a primeira vez que o ministério conduziu uma pesquisa sobre o sustento de jovens que cresceram em lares adotivos.
Matsumoto pediu ao governo que acompanhe essas pessoas e forneça apoio a elas. Afinal de contas, elas podem estar em situação de vulnerabilidade, o que pode trazer ainda mais problemas para elas no futuro.
Leia também:
- 2ª onda do coronavírus aumentou a taxa de suicídios entre crianças no Japão;
- Quase 90% das escolas japonesas relatam casos cotidianos de bullying;
- Suicídios entre crianças e jovens no Japão bate recorde em ano da pandemia.
Mais resultados da pesquisa sobre os jovens em lares adotivos no Japão
A pesquisa foi feita de maneira online e foi realizada entre novembro e janeiro. Ao todo foram 20.690 pessoas que deixaram lares adotivos entre abril de 2015 e março de 2020 após se formarem no ensino médio. As respostas foram coletadas de 14,4% deles.
Entre os entrevistados, aqueles com 21 anos representavam 549 pessoas, ou 18,4%. Os de 20 anos representavam 547 pessoas, ou 18,4%, e os de 19 anos representavam 487 pessoas, ou 16,3%.
Na pesquisa, 2.115 entrevistados, ou 71% do total, afirmaram ter emprego. Destes, 51,8% afirmaram ser empregados de tempo integral enquanto 34,5% afirmaram trabalhar meio período. Os trabalhadores contratados representavam 8,6% e os diaristas e sazonais, 1,3%.
A pesquisa mostrou que 23% dos entrevistados disseram que estão frequentando a escola. Desses, 35,7%, o maior grupo, disseram estar cursando uma universidade de quatro anos.
De acordo com a pesquisa, 20,4% dos entrevistados disseram que não puderam ir a um hospital ou clínica odontológica no ano passado. Questionados sobre os motivos do não comparecimento a tais instituições médicas, com múltiplas respostas permitidas, 66,7% disseram que custa caro consultar o médico.
Questionados sobre o que os incomoda no dia a dia, 33,6% citaram o custo de vida e despesas escolares.
Assim, por mais que muitos desses jovens até tenham emprego, o governo japonês preocupa-se como bem-estar deles no futuro. Essa pesquisa é importante para que o governo consiga tomar medidas para que esses jovens consigam se estruturar melhor e diminuir o índice daqueles que estão, atualmente, com problemas financeiros.
Fonte: Japan Times.