A repressão e a perseguição aos japoneses no Brasil ocorreu durante a II Guerra Mundial e muitos imigrantes orientais ainda se lembram dessa época. Houve até mesmo um campo de concentração para elevar os japoneses e retirá-los de circulação.
Entretanto, muitas vezes essas histórias quase não são comentadas. Vamos recordar um pouco sobre esse terrível momento para os japoneses e seus descendentes no Brasil, mais especificamente em São Paulo.
Perseguição aos japoneses no Brasil
Os japoneses foram perseguidos com a autorização do governo de Getúlio Vargas por terem sido considerados como um perigo. Isso aconteceu porque o Japão estava ao lado da Alemanha Nazista e da Itália Fascista durante a II Guerra Mundial. Quando o Brasil tomou a posição de ficar ao lado dos EUA, os japoneses, bem como os italianos e os alemães se tornaram alvo e foram considerados suspeitos.
Assim, quando os japoneses no Brasil começaram a ser vistos como suspeitos, se tornaram alvo tanto de ações policiais, como da própria população. Este foi um momento em que aumentou o preconceito em relação aos japoneses.
De acordo com os estudos de Claúdio Seto e Maria Helena Uyeda, muitas famílias japonesas sofreram com saques. Seus pertences eram destruídos ou roubados por outras pessoas. Até mesmo os estabelecimentos de japoneses eram incendiados.
Com relação às medidas da polícia, em 1942, o centro de São Paulo passou por uma forte ação contra japoneses. Os policiais dos DEOPS avisaram os japoneses que teriam de sair dali em 12 horas. Mas, como muitos não tinham dinheiro e nem para onde ir, acabaram ficando por lá.
Esse tipo de aviso tornou a ocorrer como uma maneira de amedrontar os japoneses. Além disso, a ação não tinha ordem judicial.
Os japoneses também não podiam viajar para qualquer lugar no Brasil. Era preciso ter um documento de salvo conduto, declarando que seriam “pessoas de bem”. Além disso, também foram proibidos de dirigirem carros ou qualquer outro meio de locomoção. Mesmo se tivessem empregos que envolvesse dirigir, teriam de pedir demissão.
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A perseguição aos japoneses no Brasil e o fechamentos de escolas
Somada a essas repressões, as escolas de japoneses também se tornaram alvo. Era muito comum existirem essas escolas como uma forma das famílias japonesas transmitirem o conhecimento do idioma e também da história do país.
Porém, essas escolas passaram a ser vistas como centros de educação nacionalista japonesa. Logo, eram consideradas perigosas. Estima-se que ao todo 200 escolas para crianças japonesas foram fechadas durante a ditadura de Getúlio Vargas. Além disso, os materiais utilizados em aula, como livros didáticos vindos do Japão também foram destruídos. Muitas crianças acabaram sendo afetadas e não puderam dar continuidade ao estudo do japonês e da cultura do país.
Os programas de rádio que também eram voltados para a cultura japonesa também foram encerrados.