Com medo, atletas japoneses não levarão telefones às Olimpíadas de Inverno da China?

Vai começar mais um grande evento esportivo mundial, as Olimpíadas de Inverno da China (com sede em Pequim). Ele pode não fazer tanto sucesso em países tropicais, como o Brasil, mas onde há neve e faz muito frio no inverno, como no Japão, os jogos são uma verdadeira atração.

Entretanto, dessa vez os jogos serão na China e começarão no início de fevereiro. E os atletas japoneses não querem levar seus smartphones para lá.

Essa é uma decisão considerada radical. Já que, como vimos nos próprios jogos Olímpicos de Tóquio, os celulares foram largamente usados para acessar as redes sociais e realizar postagens do dia a dia dos atletas. Além disso, não podemos esquecer a função básica de um celular que é comunicar-se com alguém, como com a família que está no Japão ou em qualquer outro lugar do planeta.

Conheça aqui os motivos dessa decisão.

Os motivos para os atletas japoneses não levarem os celulares às Olimpíadas de Inverno da China

Além das contagens de ômícrons e medalhas de ouro, os atletas que chegarem a Pequim para os Jogos de Inverno no próximo mês podem ter mais uma coisa com que se preocupar: é seguro acessar a internet?

Pequim prometeu aos melhores atletas do mundo acesso a uma internet parcialmente irrestrita durante as Olimpíadas a partir de 4 de fevereiro, eliminando o Grande Firewall que bloqueia serviços como Facebook e YouTube em locais oficiais e hotéis. Mas especialistas em segurança dizem que há motivos para cautela.

Empresas chinesas especializadas em coleta de dados, vigilância e inteligência artificial estão entre os patrocinadores e fornecedores oficiais dos Jogos Olímpicos de Inverno. Washington e seus aliados acusaram algumas das corporações que fornecem rede e gerenciamento de dados, incluindo Huawei Technologies Co. e Iflytek Co., de serem potencialmente usadas para espionagem ou vigilância de minorias em Xinjiang.

A Huawei e seus pares negam essas alegações, mas os consultores de segurança cibernética alertam que esses sistemas sujeitarão os atletas ao mesmo tipo de vigilância, rastreamento de movimento e monitoramento com o qual a maioria dos cidadãos chineses lida.

Entre as preocupações está o risco de que atores estatais ou criminosos possam usar as bolhas Wi-Fi designadas para bisbilhotar comunicações privadas ou até mesmo instalar malware e outras vulnerabilidades em dispositivos pessoais. Isso poderia, por sua vez, abrir contatos – tanto esportivos quanto políticos – para ataques subsequentes.


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Outras delegações não devem levar celulares para as Olimpíadas de Inverno da China

Um número crescente de delegações está levando a sério essa potencial ameaça. Austrália, Bélgica, Holanda e Canadá estão entre as delegações que estão aconselhando os atletas a manter seus dispositivos fora de redes Wi-Fi e usar telefones descartáveis, se possível. E os EUA emitiram um aviso aos atletas americanos de que seus dispositivos também podem estar comprometidos com software malicioso, com consequências desconhecidas para uso futuro.

Fonte: Japan Times.

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