A história dos primeiros cristãos no Japão não é feita de glórias. Ao contrário, teve muito sofrimento e sangue.
Conheça aqui um pouco sobre como foi a recepção do cristianismo no país e a resposta dos senhores feudais a chegada de padres por lá.
Os primeiros cristãos no Japão
Nagasaki, uma importante cidade portuária, foi apresentada ao cristianismo por volta de 1560, quando missionários jesuítas de Portugal começaram a chegar ao Japão.
Os missionários jesuítas fizeram um trabalho para converter os senhores feudais da região. Assim, alguns desses senhores chegaram até mesmo a reconhecer que a conversão a essa religião estrangeira poderia ajudá-los a obter o apoio comercial dos portugueses.
Dessa maneira, muitos camponeses sob esses senhores feudais também seriam levados ou influenciados a se converterem à religião e, no início do século 17, a cidade havia se tornado a “Roma do Japão”.
Em seu pico, havia até 500.000 pessoas em Nagasaki que se identificaram como cristãs.
Mas com o tempo, as autoridades políticas do Japão decidiram que o rápido crescimento da religião representava uma ameaça ao governo central. Dessa maneira, eles decidiram reprimir.
Assim, eles queriam tanto acabar com o cristianismo como com a presença de estrangeiros.
Na segunda metade do século 16, 26 missionários em Nagasaki foram executados por crucificação – isso marcou o início do que acabaria sendo um longo período de perseguição contra os cristãos.
Em 1614, foi emitida uma proibição nacional estrita do cristianismo. Missionários estrangeiros foram rapidamente expulsos do país, aqueles que se recusaram a sair foram presos, mortos ou forçados a renunciar à religião. O Japão como um todo entrou em um período de isolamento, cortando quase todo contato com outras nações sob o governo da época, o Shogunato Tokugawa.
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A tortura e os cristãos no Japão
Por volta da década de 1620, as autoridades decidiram que não era suficiente se livrar dos líderes religiosos. Eles tiveram que criar uma forma pública de arrancar a religião do coração das pessoas.
A solução? O fumie. Eram imagens cristãs de latão, às vezes fixadas em placas de madeira, representando o Cristo ou Maria. Cada pessoa que morava em Nagasaki recebeu a ordem de passar pela prática de pisar no fumie. Logo se tornou uma prática anual realizada no início de cada ano.
Mas muitos eventualmente desistiram e pisotearam o fumie.
Os cristãos que se recusaram a pisar no fumie foram mortos ou, mais comumente, torturados. O principal objetivo dessa tortura não era tanto matar aqueles que se recusavam, mas acabar com a sua determinação.
Estima-se que 2.000 pessoas acabaram morrendo como mártires, recusando-se a renunciar à sua fé. Outros fingiram renunciar à fé, mas continuaram sendo cristãos em segredo.
Assim, eles acabaram se tornando conhecidos como Kakure Kirishitan, ou cristãos ocultos.
Saiba mais sobre os primeiros cristãos no Japão
Se você se interessou na história dos primeiros cristãos no Japão, não deixe de ver o filme Silêncio, dirigido pelo incrível Martin Scorsese.
Veja aqui o trailer:
FOntes: BBC e Youtube.