Empresas zumbis no Japão: o que são e como sobrevivem com a ajuda do governo

As empresas zumbis no Japão existem ao monte. Mas não pense que para trabalhar nela você precisa ser um morto vivo ou algo do tipo. E elas também não são especializadas em vender produtos para mortos vivos.

Na verdade, a depender do ponto de vista, principalmente econômico, essas empresas podem representar grandes buracos para a economia do país, sendo até mesmo pior do que um cenários em que mortos vivos trabalhassem e pagassem seus impostos.

Assim, conheça aqui mais sobre as empresas zumbis e como elas cresceram no Japão nos últimos anos, principalmente por conta da pandemia do coronavírus.

As empresas zumbis no Japão

As empresas que continuam a operar apesar de estarem em estado de falência, como não efetuar os pagamentos necessários, estar insolventes devido a perdas acumuladas ou ter dívidas em excesso e reprogramar repetidamente os pagamentos, são conhecidas como “empresas zumbis”. O termo é muito utilizado nos EUA e também se tornou popular no Japão.

O Bank for International Settlements defineas  empresas zumbis como aquelas com pelo menos 10 anos de idade e com um índice de cobertura de juros inferior a um por pelo menos três anos consecutivos. Com base nesses padrões, o Teikoku Databank calculou que a taxa de empresas zumbis no Japão no ano fiscal de 2020 foi de 11,3%, ou 165.000. Portanto, pode-se dizer que existe mais de 150.000 empresas no Japão que estão praticamente mortas.

Após o início da crise financeira global em 2008, muitas empresas puderam continuar operando devido à introdução de ajudas financeiras do governo em 2009, o que significou que, em 2011, o número de empresas zumbis subiu para 273.000. Embora tenham diminuído gradualmente depois disso, chegando a cerca de 140.000 a partir de 2016, um aumento de quase 20.000 empresas foi observado de 2019 a 2020, quando a pandemia do COVID-19 começou.


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As empresas zumbis no Japão durante a pandemia

No ano fiscal de 2020, aproximadamente 70% das empresas zumbis tinham 20 ou menos funcionários e, no total, quase 90% tinham 50 ou menos. A construção foi a indústria mais comum para essas empresas com 34,3%, seguida pela indústria e atacado. Trata-se de um número alto de pessoas que são empregadas nesses lugares. Portanto, simplesmente acabar com elas também significa deixar essas pessoas desempregadas, é por conta disso que o governo japonês tem um certo cuidado com essas empresas.

Dos 11.562 entrevistados da pesquisa Teikoku Databank de fevereiro de 2022 que analisou as atitudes das empresas em relação ao suporte financeiro relacionado ao COVID-19, 417 eram empresas zumbis. Enquanto 52,6% das empresas que responderam em geral receberam um empréstimo relacionado ao COVID-19, isso aumentou para 79,6% no caso apenas de empresas zumbis.

Quando perguntados sobre a previsão de pagamento dos empréstimos do COVID-19, 9,0% de todas as empresas estavam “preocupadas com os pagamentos”, mas isso aumentou para 15,5% apenas para empresas zumbis. Portanto, podemos dizer que não se trata de um cenário muito amigável para o pagamento da dívidas e que as empresas zumbis no Japão podem trazer problemas futuros para a economia do país.

Fonte: Nippon.com.