O número de suicídios no Japão em 2022 aumentou em relação ao ano anterior. Esse é um verdadeiro marco, pois o aumento foi impulsionado pelo primeiro crescimento de suicídios entre os homens em 13 anos. As informações foram divulgadas pelo próprio governo japonês.
Vale ressaltar ainda que o governo declarou somente as tentativas de suicídios que foram concretizadas. Ou seja, não contabilizou as tentativas.
Confira aqui os dados e os possíveis motivos para esse aumento.
Suicídios no Japão: um índice terrível
As mortes entre homens aumentaram em 604, chegando ao índice de14.543, levando a 21.584 suicídios no país como um todo, um aumento de 577 em relação ao ano anterior. Os números permaneceram elevados nos últimos anos durante a pandemia do COVID-19, entretanto, não havia um crescimento como este.
“O aumento de homens entre 40 e 60 anos, bem como aposentados ou desempregados, se destaca”, disse um funcionário do Ministério da Saúde. “Suicídios de pessoas famosas também podem ter tido um efeito.”
Embora dados preliminares mostrem que os suicídios de mulheres caíram 27, para 7.041, ainda é cerca de 1.000 a mais do que os números pré-pandêmicos. Os números finais, divulgados em março de cada ano, tendem a aumentar em relação aos preliminares.
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O crescimento dos suicídios no Japão entre homens
O número de suicídios no país vinha caindo há 10 anos consecutivos até 2019, quando foram 20.169 suicídios, mas apresentou um aumento acentuado e se manteve alto desde o início da pandemia em 2020. Assim, podemos concluir que a pandemia afetou as pessoas não somente em relação à doença, mas também o psicológico e emocional.
O suicídio entre os desempregados em 2022 quase dobrou para 1.038 pessoas, enquanto o número de pessoas que viviam de pensões ou benefícios de emprego aumentou em 705, para 5.347.
O motivo mais citado foi problemas de saúde, totalizando 11.125 pessoas, seguido de 4.214 que indicaram problemas familiares.
“A inflação e a piora da economia causada por um iene fraco podem ter tido um impacto”, disse Chiyo Igarashi, professor de ciências da saúde na Universidade de Tecnologia de Tóquio e especialista em prevenção de suicídio.
É preciso, ainda, destacar a falta de enfermeiros e médicos do trabalho nas pequenas e médias empresas, acrescentou. Esses tipos de profissionais poderiam ajudar na prevenção dos suicídios e prestar uma ajuda inicial para essas pessoas.
Enquanto isso, o número de suicídios entre alunos do ensino fundamental e médio caiu em 3, atingindo o número de 441. Entretanto, é preciso destacar que mesmo assim, esse é um número alto. Afinal de contas, estamos falando de crianças e jovens que provavelmente acabam se matando por conta de bullying, pressão ou falta de perspectiva na vida adulta.
Os dados foram compilados pelo Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar com base em estatísticas de suicídio divulgadas pela Agência Nacional de Polícia.
Esperamos que esses números venham a diminuir nos próximos anos.
Fonte: Japan Today.