O governo brasileiro decidiu retomar a exigência de vistos para cidadãos dos Estados Unidos, Japão, Austrália e Canadá, suspendendo a decisão unilateral tomada pelo governo de Jair Bolsonaro em junho de 2019.
A medida, que será informada pelo Itamaraty aos governos dos quatro países, será formalmente anunciada pelo governo brasileiro em breve.
A decisão, na época, foi justificada com o argumento de que facilitaria a entrada de mais turistas, mas foi criticada por desconsiderar o princípio da reciprocidade.
Normalmente, os países só retiram vistos em um acordo bilateral, em que os dois lados concordam em adotar a mesma medida.
Reciprocidade
Ao tomar a decisão sozinho, o governo brasileiro perdeu a capacidade de negociação, avalia um diplomata ouvido pela agência de notícias Reuters.
Especialmente com os Estados Unidos, com quem uma negociação de facilitação de visto vinha sendo tocada há anos.
Além disso, com a retomada da exigência de visto, o governo brasileiro tenta recuperar essa capacidade de negociação e restabelecer a reciprocidade na relação com os quatro países.
Efeitos da medida
Antes de tomar a decisão, o governo brasileiro levantou dados de impacto da medida no turismo, e os números revelaram que houve demanda, mas que não foi considerado de fato significativo.
Dos Estados Unidos, o aumento da entrada de turistas entre 2018 e 2019 foi de 12%.
Depois de dois anos de pandemia, em 2022, os números ainda são um pouco inferiores a 2018.
Já o número de japoneses caiu 4,5% em 2019 e, em 2022, foram apenas 17 mil pessoas.
Entre os australianos, houve um crescimento de cerca de 15% e entre os canadenses, de 25% em 2018 e 2019. Os dois países, no entanto, representam juntos menos de 1% dos turistas que vêm ao Brasil.
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A retomada da exigência de visto para cidadãos dos Estados Unidos, Japão, Austrália e Canadá pode ter impactos no turismo do Brasil, mas também pode ser uma oportunidade para restabelecer a reciprocidade e fortalecer a relação diplomática com esses países.
O Brasil continua a exigir visto de entrada para seus cidadãos que pretendem visitar os quatro países.
Fonte: Reuters