Mais de 10% das crianças no Japão com síndrome cerebral relacionada à COVID morrem, aponta pesquisa

Uma pesquisa realizada recentemente por uma equipe do ministério da saúde japonês revelou que mais de 10% das crianças que desenvolveram encefalopatia aguda associada à infecção por COVID-19 no Japão morreram. O estudo analisou casos ocorridos entre janeiro de 2020 e maio de 2022.

A pesquisa identificou 34 casos de encefalopatia aguda relacionada à COVID-19 em menores de 18 anos. A equipe analisou 31 pacientes que não apresentavam doenças pré-existentes que pudessem ser responsáveis pelo desenvolvimento da síndrome cerebral.

Dos 31 pacientes analisados, 19 se recuperaram, quatro morreram e oito apresentaram complicações. Entre estes oito, cinco foram relatados com graves sequelas, incluindo inconsciência e necessidade de cuidados constantes por estarem acamados.

Sintomas iniciais e comparação com cepa Ômicron

Os principais sintomas iniciais incluíram convulsões, que afetaram cerca de metade dos pacientes, alteração da consciência e comportamento ou fala anormais.

Junichi Takanashi, professor de neurologia pediátrica da Tokyo Women’s Medical University Yachiyo Medical Center e líder da equipe de pesquisa, aconselha que se busque atendimento médico rapidamente se convulsões com febre não cessarem em 10 minutos, houver perda contínua de consciência ou comportamento estranho.

A maioria dos pacientes desenvolveu encefalopatia aguda em janeiro de 2022 ou depois, quando a cepa Ômicron do coronavírus se tornou predominante.


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No entanto, não houve diferença significativa na proporção de crianças que desenvolveram sintomas cerebrais entre os infectados antes e depois de 2022. Isso indica que a cepa Ômicron não necessariamente facilita o desenvolvimento da doença cerebral, de acordo com o estudo.

Vale ressaltar que o desenvolvimento de encefalopatia aguda em crianças não está limitado à infecção por COVID-19 e também pode afetar crianças que contraíram gripe. O estudo japonês serve como um alerta para os cuidados necessários com crianças infectadas pelo vírus e a importância do acompanhamento médico adequado.

Fonte: Japan Today