As coisas que mais surpreendem o brasileiro ao morar no Japão pela primeira vez

Simplesmente impossível não entrar num estado de “êxtase” ao pisar no Japão pela primeira vez.

Muitas pessoas ao longo do tempo têm ido e vindo do país e, com elas, carregando uma bagagem de experiências novas e – não tem como não mencionar – levando uma série de produtos que só se pode encontrar por aqui. Mas isso não é tudo.

No Japão só tem japonês!

É cômico mencionar, mas todos os brasileiros, sem exceção, estão acostumados com aquela mistura de pessoas de cores e raças diferentes. Aqueles que vêm principalmente de São Paulo, Curitiba e Belém então, estão ultra vacinados com esse mix de pessoas. Mas ao chegarem em solo japonês, um choque: todos têm olhos puxados!

Parece óbvio, mas imagine, a 24 horas atrás você estava no meio de uma mistura de pessoas, agora, todos possuem uma “mesma” aparência!

Memorável higiene

Outra coisa que impressiona o brasileiro é a famosa organização e limpeza nipônica.

Ao sair do aeroporto, o sujeito notará logo de cara que não há um papelzinho jogado no chão. Às vezes, até tenta dar uma olhada melhor por cima e ver se encontra alguma coisa, uma casquinha de bala, um recibo de compra e tal, mas no final, percebe que era apenas uma folha de árvore. O mais impressionante além de tudo é que não há cestas de lixo!

Organização organizativa organizada

Logo à vista também nota-se os taxistas ali parados. Geralmente com o mesmo modelo de carro, de uma mesma cor e os profissionais usando luvas brancas e uniforme. (Detalhe importante, se você pede o serviço e se encaminha para entrar no carro, a porta abre sozinha!)

Carros de cair o queixo

Falando em carros. Como não se impressionar com eles?

Uma das coisas que ouve-se falar muito entre os brasileiros e estrangeiros no geral é que os japoneses cuidam muito bem de seus carros. Geralmente estão sempre limpos – pelo menos por fora – e são visualmente bem equipados.

Aqueles que são aficionados (como eu), irão notar que são rebaixados, com rodas largas e que, se há extravagâncias, são verdadeiramente extravagantes ao estilo japonês. Inclusive, os inúmeros esportivos que são super famosos em todo o mundo, pelos cinemas, vídeo games, incrivelmente estão todos por ali, desfilando na sua frente. Até a polícia está nessa!

Atendimento constrangedor

Ao chegar em qualquer loja, você é recebido com um “irasshaimase” (bem-vindo) e super bem atendido em todos os sentidos.

Se você está numa loja e não sabe onde está determinado produto, o atendente faz questão de te levar, nem que seja de uma ponta a outra do estabelecimento, até o local onde deseja. E isso não se trata somente de estar na loja, mas caso esteja no shopping e queira ir ao banheiro, mas você só encontra o atendente de alguma loja, ele, com toda consideração, irá encaminhá-lo até a entrada do banheiro! (Experiência própria) Sem contar os gestos e simpatia que oferecem a todo consumidor.

Tecnologia de ponta

Como já descrito no post anterior, 7 tecnologias incríveis do cotidiano japonês, é impossível não notar que em quase tudo alguma máquina faz o serviço para você. Seja para pegar uma rodovia expressa, seja para comprar um café ou assinar um contrato, há ali uma tecnologia sendo usada.

Sim, muitos contratos no País são assinados via tablet. No Brasil, algumas empresas já encontraram algum uso profissional para o tablet, mas no Japão, já virou um sistema. Assim que você assina, numa impressora portátil via Wi-Fi ou Bluetooth, o atendente já faz a impressão na hora do documento.

Mas, como em qualquer lugar do mundo, o Japão não é só coisas legais. Há os estranhamentos que, no Brasil, consideramos definitivamente bizarros e até mesmo desnecessários.

Higiene bucal

No Brasil, há um certo senso de manter a higiene dos dentes, como ir ao dentista periodicamente, escovar os dentes depois das refeições e, no geral, evitar um constrangimento às pessoas ao redor (com um mau hálito) e sair bem nas fotos (sorriso).

Já no Japão, logo de cara, nota-se que esse cuidado parece não existir comumente. Alguém sorri para você e, ali, já toma aquele susto desconcertante.

Mas isso não quer dizer que os dentistas por aqui são ruins. Na verdade, nota-se que há muita dependência de tecnologia e menos exigência de técnica, diferentemente do Brasil. Em termos de custo é elas por elas.

Sistematismo e metodismo

Azul é azul, vermelho é vermelho e se você disser que é para se encontrar às 8 horas, então às 8 horas ali você deve estar. Lixos queimáveis aqui, trituráveis ali e aterráveis acolá.

Você quer um BigMac sem picles? Isso não é possível fazer. Mas, se você fizer muita questão, então será necessário falar com o supervisor, para falar com o gerente, para avisar a central, para avisar o diretor, para avisar o presidente, para então,  se possível, tirar o seu picles. Claro que não é assim que funciona para tirar o picles, foi só um exemplo para compreender melhor como as coisas funcionam por aqui.

Enquanto nós, brasileiros, conseguimos desligar uma televisão com um controle remoto de uma outra televisão, os japoneses precisam desligar com o respectivo controle. Não importa se desliga do mesmo jeito, deve-se usar tudo devidamente.

Calor humano e o Omotenashi

Já é de conhecimento geral que os japoneses são “frios”. Se você encontra aquele colega japonês do trabalho ou da escola na rua, geralmente ele vai fingir que nem te conhece e vai passar reto. A não ser que você o chame e faça alguma “brasileirisse” ali no meio da rua.

Apertar as mãos, isso só se faz com estrangeiro ou no estrangeiro para fechar negócios com estrangeiros. Fora isso, é só aquele gesto de se abaixar.

Abraçar, nem se fala. Beijinho, jamais! Quando o brasileiro se encontra com uma amiga, ele abraça, dá os beijinhos de rosto e vira aquela festa. Já o japonês, sempre se manterá aquele indivíduo distante, e se fizer isso, como uma avestruz, irá enfiar a cabeça embaixo da terra.

Mas muito se deve ao “Omotenashi“, que popularmente quer dizer “servir ao próximo da melhor maneira possível e não incomodá-lo”. Esse pensamento filosófico é tão real, que apesar de haver o lado bom, que é pensar no próximo, leva também muitos a ficarem depressivos, por não terem muito contato humano.

No geral, essas foram algumas das Coisas do Japão que surpreende (assusta) o brasileiro que, pela primeira vez, vem morar no País.

 

 

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