Um museu dedicado ao artista Katsushika Hokusai, ícone da arte ukiyo-e, foi inaugurado em novembro no tradicional bairro de Sumida, onde o artista viveu a cerca de dois séculos atrás.
Conheça um pouco mais sobre esse importante artista do período Edo do Japão e o The Sumida Hokusai Museum, no bairro onde Hokusai viveu e se inspirou.
Hokusai, ícone da arte ukiyo-e
Hokusai viveu em Sumida por volta de 1760, sua obra mais famosa é “A Grande Onda de Kanagawa” da série “As trinta e seis vistas do Monte Fuji”, que é exibida no museu junto com outras peças bem conhecidas, entre elas “Uma leve brisa em um belo dia”.
No museu foi criado também uma réplica do estúdio utilizado por Hokusai e sua filha, em tamanho real, com três robôs que descrevem como ambos executavam seus trabalhos.
Entre as obras de destaque, com 7 metros de comprimento, está a “Sumidagawa Ryogan Keshiri Zukan” ou “Paisagem de ambas as margens do rio Sumida”, que esteve por 100 anos fora do Japão. A obra desapareceu após ser leiloada na França em 1902 e ressurgiu em um leilão de Londres, em 2008.
Ukiyo-e
Ukiyo-e, ou 浮世絵, literalmente significa “retratos do mundo flutuante” e é vulgarmente conhecida como “estampa japonesa”.
Trata-se de um gênero da xilogravura e pintura muito próspera no Japão entre os séculos XVII e XIX, que era destinada ao consumo da classe mercante do período Edo.
Suas principais temáticas eram a beleza feminina, o teatro Kabuki, a fauna, a flora e a pornografia.
Katsushika Hokusai
Katsushika Hokusai nasceu em outubro, ou novembro, de 1760, em Edo, atual Tóquio, e morreu em 18 de abril de 1849. Foi um importante pintor de estilo ukiyo-e e gravurista do período Edo.
Durante toda sua vida como pintor, Katsushika Hokusai mudou de nome inúmeras vezes, assim também como mudou os temas de suas obras, que a princípio retratavam imagens de cortesãs e atores, temas tradicionais do ukiyo-e. No entanto, seus diferentes nomes serviram para separar as suas obras em períodos.
Seu trabalho se concentrou, principalmente, em paisagens e imagens da vida cotidiana do povo japonês e das várias classes sociais. Isso resultou em um avanço no ukiyo-e e também na carreira do artista. Um exemplo desta fase é a obra Fogos de Artifício na Ponte Ryogoku (1790).
Um período curioso da obra de Hokusai, chamado de período Taito, foi comumente ocultado pela sociedade por se tratar de uma “arte erótica” conhecida com Shunga. Mesmo possuindo a delicadeza de uma bela representação, muitos os consideravam amorais. Por esse motivo, o artista teve que esconder essas gravuras em envelopes, utilizando pseudônimos.
Suas obras são, muitas vezes, incorretamente consideradas como precedentes do mangá. O Hokusai Mangá trata-se de uma vasta coleção de desenhos de animais, pessoas e objetos, totalmente diferentes do mangá moderno.
Entre as obras mais famosas do artista estão “As trinta e seis vistas do Monte Fuji”, onde está inserida sua gravura mais conhecida, “A Grande Onda de Kanagawa”.
The Sumida Hokusai Museum
O The Sumida Hokusai Museum está instalado no bairro de Sumida, em um moderno edifício de cinco andares, projetado pelo premiado arquiteto japonês, Kazuyo Sejima.
Sua arquitetura sugere dois blocos gigantes encostados um ao outro, com um acabamento metálico refletindo seus arredores.
O museu também abriga uma biblioteca especializada no trabalho de Hokusai, assim com uma sala de conferências e uma loja.
O The Sumida Hokusai Museum está localizado próximo ao Edo Tokyo Museum, da Ryogoku Nacional Arena Sumo e do rio Sumida.
O ingresso para a exposição permanente custa ¥ 400 para adultos. E abre de terça a domingo, das 9h30 às 17h30.
Muito interessante, concordam?