A escola Fuji-Kindergarten, no Japão, oferece um ambiente de aprendizado mágico para as crianças, projetado pelos arquitetos Takaharu Tezuka e Yui Tezuka, em 2011 ganhou o prêmio de melhor jardim de infância do mundo, entre outras 166 de 33 países.
Desde então, a escola Fuji-Kindergarten é exemplo de arquitetura e ensino exemplar dos seus alunos, virando referência mundial. Já ganhou diversos prêmios ao longo dos anos.
Takaharu e Yui Tezuka são casados, os dois já trabalharam em diversos projetos juntos, através da empresa de arquitetura Tezuka. Com dois filhos pequenos, eles afirmam que suas ideias favorecem ambientes familiares, pois arquitetura é família.
A escola Fuji-Kindergarden fica localizada em Tóquio e possui cerca de 750 crianças matriculadas de até três anos de idade.
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Takaharu afirma que a escola deixa as crianças serem o que são. O telhado em formato oval possibilita que elas corram o quanto quiserem.
Sua altura de 2 metros de altura deixa o ambiente seguro, além de possibilitar olhar as crianças de cima e baixo.
Árvores fazem parte do ambiente e podem ser vistas no meio das classes. As crianças podem escorregar até as salas do teto e sua principal função é ser uma saída de emergência.
Pelo menos uma claraboia é vista em cada sala e algumas possuem árvores com redes protetoras, que as crianças acabam usando nas brincadeiras.
As salas não possuem paredes e isso foi feito propositalmente para dar sensação de liberdade e estimular a criatividade.
“Quando você coloca um monte de crianças em uma sala fechada, elas podem ficar nervosas. Nessa escola, não há motivos para elas ficarem assim, não há nada as limitando”
Tezuka conta que a arquitetura da escola foi projetada, de acordo com as filosofias da instituição de ensino.
A principal diz: se uma criança não quer ficar na sala, deixe ela ir. Ele voltará eventualmente. Até porque a escola é circular.
O arquiteto do Japão concorda e complementa: “Não tente controlá-los. Não superproteja. Eles precisam de tombos às vezes. Precisam se machucar para aprenderem a viver nesse mundo”
Muita gente pensa que o barulho pode incomodar pela falta de paredes entre as salas, mas Takaharu afirma que os sons fazem parte da educação e os alunos têm muita concentração nas aulas.
A divisão das salas é feita por móveis e todos os alunos são integrados uns aos outros, esse tipo de divisão facilita controlá-los e evitar bullying, afirma o diretor da escola.
Todo mês os professores e alunos do jardim de infância podem mudar os móveis de lugar, que são feitos com uma madeira especial e bem leve, chamada Kiri wood.
Os móveis foram projetados para serem seguros e seu formato quadrado permite encaixar e mover para todos os lados.
A escola do Japão possui ao todo 183 metros de comprimento e o arquiteto conta que a média percorrida dentro do jardim de infância é de 4 mil metros todas as manhãs, graças ao seu design circular, deixando o sedentarismo de lado.
Eles ainda tem uma horta e uma pequena mini-fazenda para incentivar o interesse dos alunos pela agricultura.