O que significa “ser japonês”? Esta é uma pergunta comum entre os estrangeiros no Japão, principalmente se são meio japoneses, ou “hafu”, como são chamados no Japão. Saiba mais!
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Naomi Osaka
Após a vitória de Naomi Osaka sobre Serena Williams na semana passada, muitos japoneses estão perguntando o que a fez a primeira cidadã japonesa a ganhar um Grand Slam.
A vitória de Osaka foi marcada por uma série de incidentes. Incluindo controvérsias em torno das penalidades de Williams, problemas com o árbitro durante o jogo e vaias da torcida.
E a vitória de Osaka levantou também manchetes relativas à sua herança mestiça e seu impacto na sociedade homogênea do Japão.
Sendo uma esportista meio haitiana, meio japonesa que nasceu no Japão, mora nos Estados Unidos e compete profissionalmente no Japão, Osaka não se encaixa nos padrões de um típico atleta japonês.
E isso portanto, criou um debate acalorado online, com pessoas deixando comentários como:
“Ela não parece japonesa.”
“Se ela está jogando no Japão, ela deveria pelo menos ser fluente em japonês.”
“Vocês deveriam calar a boca – se ela tem nacionalidade japonesa, então ela é japonesa.”
“O nome dela é japonês, então para mim ela é totalmente japonesa.”
“Todos esses comentários sobre ela não ser tipicamente japonesa me faz sentir muito mal por ela – talvez ela preferisse jogar pelo Haiti.”
“Ela preferiria jogar pela América? Um país que vaia assim na cerimônia de premiação?”
“Todos esses comentários online me fazem perceber que o racismo existe em todo lugar, até mesmo no Japão.”
“Ela trouxe felicidade para o Japão – isso não é bom o suficiente?”
O que é “ser japonês”?
A variedade de opiniões compartilhadas por japoneses no Twitter, e em outros fóruns online, mostra que há uma grande diversidade de respostas possíveis para a pergunta: o que significa “ser japonês”?
Para algumas pessoas é sua aparência, para outras é sua fluência no idioma e para outras é um caso de nacionalidade. E para outras pessoas é melhor, simplesmente, pedir para a própria Osaka nos dizer quem ela é.
Mas, olhar de uma maneira ou falar de outra, ou ainda ter várias etnias não significa que ela não tenha o direito de ser japonesa. Principalmente porque ela nasceu no país e possui um passaporte japonês.
Sua sua formação diversificada parece ser mais um problema para aqueles que a cercam do que para ela mesma. E como ela disse a um jornalista em uma coletiva à imprensa, em Yokohama, outro dia: “Eu sou eu, só isso”.
Abaixo, Osaka com sua mãe, pai e a irmã Mari de 22 anos.
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Futuro no Japão?
Com tudo isso no histórico de Osaka, alguns estão se perguntando se ela continuará a representar o Japão no futuro, especialmente nos Jogos Olímpicos de Tokyo em 2020.
O Japão não permite legalmente que seus cidadãos possuam dupla cidadania depois dos 21 anos. Então, Osaka, de 20 anos, que atualmente tem cidadania japonesa e americana, terá que decidir se vai manter sua cidadania japonesa ou renunciar. Isso, antes de completar 22 anos em 16 de outubro do próximo ano.
Dado seu amor pelo Japão e sua decisão em representar seu país de nascimento em primeiro lugar, é muito provável que Osaka continue jogando representando o país no futuro. Principalmente agora que recebeu patrocínios lucrativos de várias grandes marcas japonesas como Nissan, Nissin, Yonex e Citizen.
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Quanto mais Osaka continuar a ser o centro das atenções por sua destreza esportiva, mais o debate sobre o que significa ser japonês também será, sem dúvida, o centro das atenções.
Mas, com os casamentos internacionais aumentando constantemente no Japão, não é mais possível colocar um selo genérico na definição do que é ser um japonês. Apesar de alguns permanecem resistentes às mudanças.
Fontes: Niconico News / My Game News Flash / In/stagram/naomiosakatennis via SoraNews24