6 coisas surpreendentes sobre ter um bebê no Japão

Sem alívio da dor, lembranças do cordão umbilical, cortinas de recato e um sushi grátis para todos – como é realmente ter um bebê no Japão?

As mulheres não estão tendo muitos bebês atualmente, com o país enfrentando um declínio populacional como resultado do número de nascimentos estar consistentemente abaixo do limite de reposição, com poucos sinais de melhora.

Sendo assim, certos fatores que contribuem para essa falta de bebês incluem questões de disparidade salarial de gêneros, longas horas de trabalho, entre outros.

Mas o que está reservado para essas mulheres que mergulham na maternidade?

Ter um filho no Japão sendo estrangeira

Ter um filho pode ser uma experiência de confundir na melhor das hipóteses para mães de primeira viagem, especialmente quando você é uma ocidental em um país como o Japão, dando à luz em um hospital que não atende especificamente a expatriados nem oferece muito suporte no idioma inglês.

No entanto, dá um raro vislumbre de um mundo envolto em segredo e  tradição, onde os homens são amplamente excluídos e onde o alívio da dor do parto é considerado um luxo extravagante.

A seguir, uma lista de 6 coisas que mais surpreenderam sobre ter um bebê no Japão.

1 – O alívio da dor do trabalho de parto não é comum

Uma das revelações mais chocantes no Japão é a falta de qualquer tipo de anestésico oferecido durante o trabalho de parto. A maioria das mulheres nem mesmo considera a possibilidade de alívio da dor durante esse processo.

No entanto, nos últimos anos, “mutsuu bunben” ou “parto sem dor”, também conhecido como epidural começou a ganhar tração, embora apenas alguns hospitais no país ofereçam essa opção.

Esta opção é considerada um luxo, e como tal, tem um preço luxuoso. Embora os preços variem, você pode esperar pagar cerca de 100.00 ienes do seu bolso.

2 – O homem por trás da cortina

Com uma sociedade amplamente patriarcal, não deveria ser uma surpresa que a maioria dos obstetras sejam homens. Mas o que surpreendeu nossa repórter foi tudo que foi feito para preservar a dignidade das pacientes durante os exames delicados, como ela explica a seguir:

“Fiquei perplexa quando chegou a hora do exame pélvico e fui conduzida a uma sala lateral com o que parecia ser uma cadeira de dentista e uma cortina pendurada bem na frente dela. Quando me sentei na cadeira, ela se levantou, girou, e girou de modo que a metade inferior do meu corpo ficou presa pela cortina. Momentos depois, o médico com quem estivera conversando antes, dirigiu-se a mim antes de realizar o exame. Em seguida, a cadeira baixou, girou novamente, e voltei a sala principal para discutir os achados do exame com o mesmo. Isso aconteceu para todos os exames.”


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3 – Você pode comer todo sushi, mas não pode ganhar peso

As mães ocidentais frequentemente recebem uma longa lista de alimentos a evitar, incluindo queijo de pasta mole, frios e sushi. Mas no Japão, nenhum médico pensaria em sancionar o sushi, e em vez disso, as mulheres são incentivadas a comer uma grande variedade de alimentos para garantir uma nutrição adequada ao bebê.

No entanto, uma coisa que os médicos são rigorosos é com o ganho de peso – as mulheres são encorajadas a manter seu ganho de peso sob controle, e elas serão pesadas em cada check-up e são muitas vezes repreendidas pelo ganho de peso.

4 – Você não pode questionar o médico – nunca

Na sociedade japonesa, ninguém é mais respeitado que um médico ou professor, e questionar o médico é algo que simplesmente não é feito.

Enquanto que os médicos japoneses que atendem ocidentais geralmente são mais compreensivos sobre os pacientes que pedem esclarecimentos ou explicações, os médicos japoneses regulares geralmente não explicam nada.

Fazer exigências também não é aprovado, e as grávidas ficam felizes muitas vezes em simplesmente seguir as instruções e deixar todas as decisões nas mãos do profissional, tal é a sua confiança na profissão médica.

5 – As tradições aparecem

Ao registrar uma gravidez no Japão, você receberá inúmeros folhetos contendo uma infinidade de informações. Entre esses documentos, você receberá um gráfico que mostra quando é o Inu no Hi, ou Dia do Cachorro, apropriado.

A tradição diz que os cães tem partos relativamente fáceis em comparação com os humanos, é sorte ir a um santuário e orar por um nascimento seguro no Dia do Cachorro, designado durante o quinto mês de gravidez.

Você também pode pegar um amuleto para entregar ao mesmo tempo! Outra tradição que pode assustar algumas pessoas é a manutenção do cordão umbilical do bebê.

6 – É muito caro ter um bebê

Como a gravidez é um estado natural e não é considerada uma condição médica no Japão, não é coberta pelo serviço nacional de saúde. Como tal, ter um filho pode ser bem caro.

No entanto, existem muitos fatores que influenciam o custo de ter um bebê, incluindo o tratamento médico específico que se recebe – existem taxas diferentes para um parto natural e uma cesariana, indução, peridural, episiotomia, extração a vácuo, etc.

Mas o governo é gentil o suficiente para oferecer uma boa quantia de reembolso de 420.000 ienes, conhecida como Subsídio para Parto e Assistência Infantil. O governo também fornece jidou teate, ou abono família, de 15.000 ienes por criança por mês até o terceiro ano do ensino fundamental.

Então, qual o veredicto final da nossa repórter?

“No geral, tive uma experiência muito positiva – os profissionais médicos que me atenderam foram gentis e prestativos, e nunca me senti DEMAIS sobrecarregada ou perdida, apesar de lutar com meu japonês. Meu marido é nativo e foi de grande ajuda. No final das contas sempre haverá coisas que gostaria que fossem diferentes, mas me considero muito sortuda no geral.”

Fonte: soranews24.com