As Bruxas do Oriente e o que fizeram para ganhar a medalha de ouro pelo Japão

As bruxas do oriente oi o nome dado à equipe de vôlei do Japão que disputou a Olimpíada de 1964. Elas sobreviveram a uma terrível rotina de treinamento.

O treinador de vôlei feminino do Japão, Hirobumi Daimatsu, era famoso por métodos de treinamento severos, como se soube posteriormente.

As bruxas do oriente e os Jogos Olímpicos de Tóquio de 1964

Os Jogos Olímpicos de Tóquio de 1964 tiveram um impacto profundo na capital e na nação. Afinal de contas, marcava também um momento em que os EUA tinha deixado a pouco tempo de estar presente no país enquanto uma força de ocupação. E também era o momento do Japão provar ao mundo que conseguiu se reconstruir mesmo depois das bombas de Hiroshima e Nagasaki e a consequente perda da II Guerra Mundial.

Entretanto, ninguém podia imaginar que um dos maiores orgulhos da nação viria de uma equipe de vôlei feminino.

Atualmente, essas mulheres estão na casa de seus 70 anos. Mas, elas costumavam ser conhecidas como as ‘Bruxas do Oriente’ por causa de seus poderes aparentemente sobrenaturais nas cortes.

Desde a formação do time no final dos anos 1950 como uma equipe de trabalhadores em uma fábrica têxtil, até o triunfo nos Jogos Olímpicos de 1964 em Tóquio, suas memórias e a verdadeira magia de muito tempo atrás se transformam em uma mistura inebriante, onde fatos e fábulas voaram de mãos dadas.

Antes dos Jogos, a equipe de vôlei feminino do Japão foi submetida a um regime de treinamento exaustivo pelo técnico Hirobumi Daimatsu, um ex-comandante de pelotão do Exército Imperial Japonês.

Dois anos antes das Olimpíadas, o Japão conquistou seu primeiro ouro no campeonato mundial feminino após derrotar a União Soviética, que há muito dominava o esporte.

O voleibol estava fazendo sua estreia nos Jogos de 1964, então o palco estava montado para outro confronto dramático com a superpotência do esporte.

Daimatsu era conhecido por seus métodos de treinamento punitivos, incluindo a manobra de mergulho e rolagem semelhante ao judô que era usada para se defender contra um golpe.

Conhecido no Japão como “kaiten reeshiibu”, o movimento foi praticado repetidamente e caracterizou o compromisso da equipe feminina de sacrificar o corpo para vencer.


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Um documentário sobre as bruxas do oriente

 

Hoje existe até mesmo um documentário sobre elas. Ele foi dirigido pelo francês Julien Faraut e se chama “Bruxas do Oriente”. Ele conta a história Kinuko Tanida, Katsumi Matsumura, Yoko Shinozaki e Yoshiko Matsumura. Essas mulheres inspiradoras conquistaram o mundo do vôlei na década de 1960, enfrentando as campeãs da União Soviética nos campeonatos mundiais de 1962 e nas Olimpíadas de Tóquio em 1964.

A ideia do filme foi concebida por Faraut há cerca de dez anos, quando Ralph Hippolyte, um ex-técnico de vôlei nacional, trouxe para ele um rolo de filme de vôlei de 16 mm. Produzido pelo Comitê Olímpico Japonês em 1964, este rolo de filme o apresentou ao mundo mágico das bruxas, inspirando-o a contar suas histórias e relatos das glórias e dores.