A educação japonesa para a resiliência é uma aula para o mundo

A educação japonesa é muito famosa pelo mundo por ser uma das melhores. Entretanto, normalmente as pessoas se atém ao tempo que a criança fica diariamente nas escolas e também aos conteúdos que lhe são ensinados.

Mas, uma das características mais importantes dessa educação para a formação do cidadão japonês é a resiliência. A resiliência é a capacidade de uma pessoa, ou até mesmo de uma nação, conseguir se recompor após um grande impacto. Esse impacto pode ser algo emocional, como a perda de alguém querido, como até mesmo a reconstrução de uma nação após uma catástrofe ambiente, como um tsunami.

A educação japonesa para a resiliência

No Japão há uma distinção importante que são os termos ganbatte e boa sorte. Ganbatte poderia ser traduzido como dê o seu máximo. Essa palavra revela uma característica importante tanto da sociedade japonesa como da educação.

Elogiar o esforço – em vez de vincular o resultado à sorte ou habilidade natural – é um “insight” diferencial na educação japonesa tanto na escola como dentro de casa. Isso faz parte da cultura japonesa de criação de filhos ao longo de sua história.

E os resultados desse tipo de incentivo já foram comprovados. Depois de décadas incentivando as crianças com frases como “Você é tão inteligente” nos Estados Unidos, um estudo inovador em 2013 de pesquisadores da Universidade de Chicago e Stanford indicou que os pais deveriam elogiar seus filhos pelo esforço, com “Você trabalhou tão duro! ”

Em vez de limitar as crianças dizendo-lhes o que elas já são, incentive-as a acreditar que seu potencial é ilimitado. Eles podem ser e fazer o que quiserem, desde que se esforcem e se esforcem. Ao elogiar o esforço, você os encoraja a se dedicar ainda mais.

Assim, algumas crianças podem ter habilidades mais naturais em matemática, algumas em arte, algumas em música. No entanto, as escolas não promovem a habilidade natural. Em vez disso, eles ensinam que, com esforço, qualquer pessoa pode se tornar competente em qualquer habilidade.

Esse tipo de mentalidade tenta mostrar para as crianças que mesmo diante de adversidades, elas podem se esforçar e se superarem para chegarem onde quiserem.


Leia também:


A educação japonesa para o esforço e crescimento

Para as crianças mais velhas, o conceito japonês de hansei (auto-reflexão) torna-se mais importante. Colocado em prática, o hansei ajuda a identificar onde há espaço para melhorias e, mais importante, como alcançar essa melhoria. Os alunos são frequentemente solicitados a criar metas e identificar planos para alcançá-las. A “mentalidade de crescimento” que o hansiei promove dá aos alunos uma sensação de controle sobre seu futuro – se quiserem um resultado melhor, devem fazer um plano e trabalhar duro.

Entretanto, essa educação japonesa pautada no esforço e na resiliência nem sempre consegue proporcionar bons frutos para as crianças e jovens. Muitos deles acabam se cobrando muito e não conseguem praticar a resiliência de fato ao não conseguirem lidar com a frustração de não alcançar o que queriam.

Não a toa, a sociedade japonesa possui um alto número de suicídio entre crianças e jovens.

Porém, é de se destacar que a resiliência é algo que tenta-se ensinar e se transmitir para as crianças do país, mesmo que não consiga atingir a todos da melhor maneira possível.

Fonte: Savy Tokyo.