As bases militares americanas no Japão, que estão mais ao sul em Okinawa, foram instaladas logo depois da rendição do Japão na II Guerra Mundial no final da década de 1940.
No ano de 1972, se encerraram os 27 anos do domínio dos militares. Entretanto, as bases ainda estão lá até hoje.
E junto com essas bases, também estão outros males que as acompanham: criminalidade, acidentes, poluição sonora. Linhas divisórias ainda cruzam a ilha; base e não-base, militares dos EUA e locais de Okinawa. E para muitos aqui nascidos de pais de cada lado dessa linha, a vida tem sido uma luta com a dupla identidade; “Americano” e “Okinawano”.
Portanto, há uma clara divisão de dois povos que vivem na ilha.
Bases militares americanas no Japão e o preconceito
O jornal japonês Mainichi entrou em contato com algumas pessoas que nasceram em Okinawa mas são americanas.
Uma mulher americana que de 50 anos que vive na parte sul da ilha principal de Okinawa diz que o dia em que a prefeitura foi devolvida ao Japão está profundamente gravado em sua memória. Ela era uma aluna do ensino fundamental na época e se lembra de sua professora japonesa circulando pela sala de aula para distribuir pães doces vermelhos e brancos e medalhas comemorativas.
Mas a professora passou pela cadeira da mulher sem lhe dar nada, dizendo: “Você não tem nada a ver com isso, certo?” Ela ficou atordoada, perguntando-se por que a professora a tratou assim. Mais tarde, ela percebeu que era porque seu pai era um militar americano.
Esse preconceito diz respeito à história do país durante a Guerra. Além disso, a região de Okinawa foi duramente afetada pelos EUA. Segundo estimativas, um em cada quatro habitantes de Okinawa foi morto nas violentas batalhas terrestres entre as forças americanas e japonesas imperiais na ilha nos meses finais da Guerra do Pacífico.
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A presença das bases militares americanas no Japão
Nas quase três décadas de ocupação que se seguiram após a rendição do Japão, algumas pessoas resistiram à opressão militar dos EUA, tentando se libertar do controle dos soldados. Mas também havia moradores locais que dependiam das bases americanas para sua subsistência, desde trabalhadores civis de bases até aqueles que serviam uma clientela militar americana em bares e restaurantes.
Esse entrelaçamento da vida cotidiana dos habitantes de Okinawa e dos militares dos EUA logo levou a muitas crianças nascidas entre moradores e americanos ligados às forças armadas. Essas crianças mestiças enfrentaram várias formas de discriminação e preconceito, e recebiam até mesmo uma série de apelidos.
Assim, essas crianças tiveram de crescer lidando com uma série de preconceitos.