Mulheres de conforto no Japão: descubra o que o exército imperial fazia com as coreanas e chinesas

As mulheres de conforto no Japão são um tema desconfortável para o país até hoje. Afinal de contas, esse é um terrível episódio da história do país.

As “mulheres de conforto” podem ser definidas como aquelas que trabalhavam forçadas nos bordéis militares do Japão em tempos de guerra. Além disso, não se tratavam somente de mulheres adultas, mas também de jovens e até mesmo crianças que eram presas e forçadas a terem relações com os soldados japoneses.

A maioria dessas mulheres eram coreanas e chinesas. Entretanto, também haviam filipinas, tailandesas, vietnamitas entre tantas outras que foram capturadas.

Conheça aqui mais sobre elas e como as sobreviventes lutam até hoje para receberem uma indenização do Japão.

As mulheres de conforto no Japão

A prostituição no Japão no período da II Guerra Mundial era altamente organizada. E foi copiando esse modelo que a prostituição também começou a fazer parte da organização militar.

Assim, o governo e os militares japoneses desenvolveram um programa semelhante para fornecer serviços sexuais às Forças Armadas Japonesas.

O objetivo dos militares japoneses em escolher mulheres para serem estupradas era para trazer “conforto” aos soldados e assim reduzir ou prevenir crimes de estupro cometidos por militares japoneses em um esforço para evitar um agravamento do sentimento anti-japonês, reduzir doenças venéreas entre os japoneses tropas, e para evitar o vazamento de segredos militares por civis que estiveram em contato com oficiais japoneses.

O estupro dessas mulheres era de conehcimento do Imperador. Ele autorizava esse tipo de medida para evitar casos como o Massacre de Nanquim. Na ocasião, em 13 de dezembro de 1937, as tropas japonesas iniciaram um massacre de seis semanas que destruiu essencialmente a cidade chinesa de Nanquim. Ao longo do caminho, as tropas japonesas estupraram entre 20.000 e 80.000 mulheres chinesas.

Assim, as mulheres que eram estupradas eram sequestradas. Muitas eram crianças que foram retiradas de suas famílias e nunca mais conseguiram voltar para os seus lares.

Essas mulheres vivam em péssimas condições. Por conta disso eram até mesmo chamadas de banheiro público.

Além disso, com o final da guerra, muitas dessas mulheres foram assassinadas. De acordo com o portal History, cerca de 90% dessas mulheres não sobreviveram ao final da guerra.


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O reconhecimento das mulheres de conforto no Japão

Entretanto, as mulheres que sobreviveram à guerra ainda tiveram de continuar a serem estupradas.

O fim da Segunda Guerra Mundial não acabou com os bordéis militares no Japão. Em 2007, repórteres da Associated Press descobriram que as autoridades dos Estados Unidos permitiram que “estações de conforto” operassem bem depois do fim da guerra e que dezenas de milhares de mulheres nos bordéis fizeram sexo com homens americanos, o sistema só foi completamente fechado no ano de 1946.

As histórias das mulheres de conforto se tornaram pública somente na década de 1980. Por sua vez, o Japão somente negava a existência desses lugares.

Em 1993, o governo do Japão finalmente reconheceu as atrocidades. Entretanto, mesmo assim não houve um consenso sobre as negociações.

O governo japonês finalmente anunciou que indenizaria as “mulheres de conforto” coreanas sobreviventes em 2015, mas após uma revisão, a Coreia do Sul pediu um pedido de desculpas mais forte. O Japão recentemente condenou esse pedido – um lembrete de que a questão continua sendo tanto uma questão de relações externas atuais quanto de história passada.

Assim, até hoje esse permanece sendo um tema delicado na política japonesa e as indenizações para essas mulheres são sempre difíceis de serem conquistadas.

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