A energia nuclear no Japão sempre causou temores no país. Afinal de contas, além das terríveis bombas de Hiroshima e Nagasaki, o acidente nos reatores das usinas nucleares de Fukushima em março de 2011 causaram grandes traumas para o país.
Além disso, a energia nuclear, quando há um acidente com ela, causa efeitos que podem afetar gerações, além das mortes que acontecem instantaneamente.
Entretanto, atualmente o país enfrenta uma onda de calor de 40°C. E não há uma previsão de que a temperatura vá baixar para 30°C, por exemplo, tão cedo.
Assim, a saída encontrada pelo primeiro-ministro do país é aumentar a produção de energia nuclear para que os aparelhos de ar-condicionado continuem em funcionamento.
Saiba aqui mais sobre essa medida controversa e perigosa.
O aumento do uso de energia nuclear no Japão
Partes do Japão experimentaram no final de junho de 2022 temperaturas recordes. Assim, isso provocou o aumento dos temores sobre a falta de eletricidade para manter os aparelhos de ar condicionado funcionando.
Como alguns fabricantes anunciaram planos de reduzir a produção para economizar eletricidade, temperaturas de cerca de 40°C foram registradas em áreas ao redor de Tóquio no quinto dia de uma onda de calor que viu a capital japonesa chiar sob seu pior calor de junho desde 1875.
A Agência Meteorológica do Japão prevê que as temperaturas de Tóquio não cairão para 30°C até 5 de julho de 2022. E não se sabe ainda se novas ondas de calor como essa atingirão o país novamente.
De acordo com o site Japan Today, o primeiro-ministro Fumio Kishida, que está na Europa, disse que faria o máximo para garantir o fornecimento de energia suficiente no Japão, dizendo em uma entrevista coletiva após uma cúpula do Grupo dos Sete (G7) que faria o maior uso possível da energia nuclear desde que a segurança seja garantida.
A maioria das usinas nucleares do Japão está paralisada desde o tsunami de 11 de março de 2011 que desencadeou o acidente nuclear de Fukushima.
Leia também
- Por que após ficar o dia todo na escola, as crianças japonesas vão para “outra escola”?;
- 114 anos da imigração japonesa no Brasil: uma história de muito trabalho;
- Quase metade dos homens japoneses de 20 anos nunca estiveram em um encontro.
Enquanto isso, as empresas de energia estão correndo para reiniciar as usinas termelétricas que foram fechadas e os pedidos estão aumentando para o uso adicional de fontes alternativas de energia, incluindo a reinicialização de reatores.
O grande problema para enfrentar o calor e a economia de energia é que muitas pessoas podem até mesmo vir à óbito caso não consigam ligar os seus aparelhos de ar-condicionado.
Assim, o Japão, além do calor, está passando por uma situação em que precisa economizar a energia de alguma maneira. O país já está com a produção máxima de energia e até que as usinas sejam reativadas, não há previsão de que a oferta de energia aumente.
Por conta disso, várias empresas estão tomando medidas para economizar. Por exemplo, a fabricante de autopeças Yorozu Corp disse que fecharia todas as suas fábricas por pelo menos dois dias por mês, de julho a setembro.
Fonte: Japan Today.