As crianças japonesas estão sofrendo com o vício em jogos on-line. Talvez você nunca tenha ouvido falar desse distúrbio. Entretanto, ele já afeta vários países e muitos governos já estão preocupados com a saúde das crianças em decorrência dessas atividades. Afinal de contas, assim como o abuso de qualquer outra coisa, os jogos on-line podem tanto comprometer a saúde física como a mental de uma criança em desenvolvimento.
A Organização Mundial da Saúde reconheceu o distúrbio do jogo como um vício em 2019. E os pesquisadores japoneses já alertam que os jogos online são viciantes para as crianças e estão pedindo às famílias que estabeleçam regras sobre jogos para evitar que o hábito leve a grandes problemas no futuro.
Veja mais aqui sobre essa realidade.
A pesquisa em Toyama para demonstrar o crescimento das crianças japonesas viciadas em jogos
Uma pesquisa foi realizada em Toyama e trouxe dados assustadores. Ela foi feita por pesquisadores como parte de um projeto do Conselho de Educação da Prefeitura de Toyama.
A pesquisa perguntou a 13.092 alunos do quarto ao sexto ano da prefeitura perguntas sobre jogos, como se eles podiam controlar o tempo que gastavam em atividades de jogos e se priorizavam os jogos em suas vidas diárias. Também perguntou a que horas acordavam e iam para a cama, se tomavam café da manhã, se sentiam vontade de se recusar a ir à escola, se tinham amigos, se entendiam bem as aulas, se conversavam com os pais,
Os pesquisadores receberam respostas de 88,2% das crianças.
Desses, 5,6% dos alunos assinalaram os três itens “Não consigo controlar o tempo que passo jogando”, “Priorizo os jogos na vida” e “Tenho sérios problemas devido aos jogos, mas não consigo parar de jogar”. Dizer “sim” a todos esses três itens e apresentar tais sintomas por um ano ou mais são os critérios de diagnóstico para transtorno do jogo sob a Classificação Internacional de Doenças.
De acordo com médicos especializados, no entanto, é preciso dar atenção às crianças menores, pois houve casos em que elas se tornaram dependentes em períodos mais curtos.
Na mesma pesquisa, a maioria dos alunos que responderam que usavam a internet por duas horas ou mais por dia disseram que não conseguiam controlar a quantidade de tempo que passavam jogando.
Leia também:
- Japonês inocente fica preso por 30 anos e se agradece por ter vivido na prisão;
- Polícia japonesa inova e aceitará chamada de vídeo para atender rapidamente às ocorrências;
- Time japonês multado em 800 mil reais porque 60 torcedores se aglomeraram para ver e aplaudir os jogadores.
A análise da pesquisa sobre as crianças japonesas e jogos
De acordo com o jornal Mainichi, a análise revelou que a dependência de jogos foi mais prevalente em meninos do que em meninas, bem como entre os alunos com hábitos de vida irregulares, como acordar às 7 da manhã ou mais tarde, não conversar com os pais e não ter regras familiares sobre o tempo gasto online.
O uso da internet pelos alunos por longos períodos foi mais fortemente correlacionado com a mãe estar online por duas horas ou mais, seguida pela ausência de regras familiares, e o pai estar online por duas horas ou mais. Isso indica que o tempo que os pais passam online e se existem regras familiares sobre a internet afetam muito os hábitos de vida das crianças.
Portanto, caso nada seja feito, esse número só tende a crescer.
Fonte: Mainichi.JP