A recuperação do Japão após terremotos tem muito a ensinar para o mundo

Os terremotos no Japão são constantes e, por vezes, eles são tão terríveis que causam acidentes enormes.

No caso dos grandes terremotos, muitas pessoas acabam ficando sem casas e outras tantas ficam machucadas e, por vezes, há um alto índice de mortes. Uma memória de um grande terremoto que atingiu o Japão foi o de 2011, que levou a morte inúmeras pessoas.

Naquele ano de 2011, ainda vale lembrar, um tsunami também atingiu o país e houve um vazamento de energia nuclear na cidade de Fukushima. Ou seja, foi um dos maiores acidentes que o Japão teve de superar.

Entretanto, se esses acidentes tivessem acontecido em outro lugar do mundo, certamente, haveria um número maior tanto de feridos como de mortos e desaparecidos.

Assim, veja aqui como o Japão tem muito a ensinar ao mundo a como lidar com terremotos e também a como se reconstruir após um terrível acidente desses.

Os ensinamentos de reconstrução após os terremotos no Japão

O que resta depois de um desastre natural tão poderoso que destrói os alicerces de uma sociedade? O que permanece mais de uma década depois, mesmo quando o resto do mundo segue em frente?

Recentemente, um terrível terremoto atingiu a Turquia e o que se viu foi um mar de destruição. As imagens certamente relembraram o triplo desastre que atingiu o norte do Japão em 2011. Diante de tamanha destruição, o caso do Japão em 2011 pode oferecer um exemplo de como se reconstruir e apresentar o que a Turquia  e a Síria terão de enfrentar nos próximos anos.

Os eventos de 2011 e o 2023 estão ligados pela enormidade do trauma psicológico coletivo, da perda de vidas e da destruição material.

O número combinado do terremoto de magnitude 7,8  na Turquia e na Síria, ultrapassou 23.000 mortes e o número ainda pode crescer conforme as buscas e, quando as autoridades anunciaram a descoberta de novos corpos. Isso já superou os mais de 18.400 que morreram no desastre no Japão.

Esse terremoto de magnitude 9,0 ocorreu às 14h46 do dia 11 de março de 2011. Não muito tempo depois, câmeras ao longo da costa japonesa capturaram a parede de água que atingiu a região de Tohoku. O terremoto foi um dos maiores já registrados, e o tsunami causado arrastou carros, casas, prédios de escritórios e milhares de pessoas, além de causar um colapso na usina nuclear de Fukushima Daiichi.

Enormes barcos foram jogados a quilômetros de distância do oceano nos escombros do que antes eram cidades, carros tombados como brinquedos entre as ruas em ruínas e prédios destruídos.

Muitos se perguntavam se a área voltaria ao que era antes.


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Os ensinamentos dos terremotos no Japão

Uma grande lição do Japão é que um desastre desse tamanho nunca tem uma conclusão real – uma lição que a própria Turquia conhece bem de um terremoto de 1999 no noroeste do país que matou cerca de 18.000 pessoas. Apesar dos discursos sobre a reconstrução, o terremoto de Tohoku deixou um corte profundo na consciência nacional e nas paisagens da vida das pessoas.

O Japão, por exemplo, reconheceu milhares de outras pessoas que morreram posteriormente de ataques cardíacos relacionados ao estresse ou devido a más condições de vida.

Ou seja, quando um país passa por uma situação como essa, é preciso saber que ela não acaba após o abalo sísmico.

Hoje, embora os destroços do terremoto e do tsunami tenham sido removidos em grande parte e muitas estradas e prédios reconstruídos, ainda existem grandes áreas vazias, lugares onde os prédios não foram erguidos, as fazendas não foram replantadas. As empresas passaram anos tentando reconstruir bases de clientes dizimadas.

Assim como os trabalhadores já fizeram no Japão, um exército de equipes de resgate na Turquia e na Síria está cavando através de prédios destruídos, vasculhando metal retorcido, concreto pulverizado e fios expostos em busca de sobreviventes.

Além disso, tem a questão emocional, que afetará o país por muitos anos, assim como acontece até hoje com milhares de japoneses.

Fonte: Mainichi.