O milenar e terrível ritual vudu japonês para se vingar de amantes

O ritual vudu japonês está em as terríveis práticas de como se amaldiçoar alguém. E, acredite, existem vários modos de amaldiçoar alguém no Japão.

Por ora, vamos nos deter somente na prática vudu conhecida como ushi no koku mairi (丑の刻参り), cuja tradução se aproximaria de “visita ao santuário na hora do boi”. 

O terrível ritual vudu japonês – como ele acontece

Esse ritual possui esse nome porque ele é realizado durante a hora do boi, ou seja, entre as 1 a 3 horas da manhã. Normalmente, esse ritual é feito por uma mulher. Para fazer o ritual, ela precisa estar vestida de branco, porta um grande anel, utiliza três velas acesas e com um grande martelo, prende um boneco em uma árvore sagrada.

Essa árvore deve estra localizada em um Santuário Xintoísta, conhecida como shinboku. O shinboku refere-se a árvores e floresta do antigo xintoísmo e que estão em um santuário xintoísta ou que são consideradas como sagradas.

O boneco que ela prega em essa árvore é feito de palha e ao fazer isso, acredita-se que o ponto que ela atingiu o boneco será o mesmo que atingirá a pessoa. Essa pessoa pode, então, começar a sentir dores decorrentes de doenças e ferimentos na mesma região.


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História do terrível ritual vudu japonês

A partir de pesquisas em crônicas antigas, acredita-se que o suo de bonecos em rituais de maldições seja usado desde a antiguidade. No século IV no Japão já é possível localizar esses relatos.

Até hoje existem verdadeiras relíquias arqueológicas que foram encontradas no Japão com esses bonecos. Devido à sua riqueza para recontar a história do Japão, esses bonecos ficaram conhecidos como  estatuetas purificadoras de madeira (木製人形代Mokusei hitogatashiro ). O mais interessante é que alguns desses bonecos possuem formas muito realistas e são até mesmo decorados com tintas. 

Antigamente, o ushi no koku mairi simplesmente se referia à adoração no santuário durante as horas do boi. Entreanto, no Santuário Kifune em Kyoto  havia uma tradição de que se alguém rezasse aqui na “hora do boi do dia do boi do mês do boi do ano do boi “, o desejo provavelmente seria atendido. Isso aconteceria por conta do alinhamento da hora, do dia, do mês e do ano. 

Entretanto, mais do que a realização de desejos, o Santuário acabou de tornando um símbolo de lugar para se desejar mal a alguém.

Dessa maneira, o Santuário Kibune tornou-se fortemente associado à maldição da hora do boi seguindo a fama da lenda medieval de Hashihime de Uji (“A Princesa da Ponte de Uji“). 

Essa é uma das lendas mais famosas do Japão.

De acordo com ela, Hashihime na vida mortal era filha de um certo nobre, mas consumida pelo ciúme, fez o desejo de se tornar um kijin (um demônio) capaz de destruir seu rival amoroso.

Após 7 dias no Santuário Kifune, ela finalmente recebeu a revelação da divindade residente “para se banhar por trinta e sete dias nas corredeiras do rio Uji “.

Depois de se tornar um demônio, ela mata o seu amante e os parentes dele.