Restaurante no Japão proíbe vídeos no celular durante as refeições

Em um restaurante no Japão, uma nova política entrou em vigor este mês, proibindo os clientes de assistir a vídeos em seus celulares enquanto comem.

Situado no bairro de Takadanobaba, em Tóquio, o Debu-chan, famoso por seu ramen, implementou essa regra com o objetivo de melhorar a experiência de seus clientes e agilizar o atendimento.

O proprietário do estabelecimento, Kota Kai, tomou essa decisão baseado em duas razões principais. Primeiramente, ele se incomodava ao ver os clientes mais focados em seus celulares do que na comida.

Além disso, os macarrões do ramen ficavam empapados se não fossem consumidos rapidamente. Segundo ele, é doloroso ver o ramen, no qual coloca sua alma, ser arruinado diante de seus olhos.

Em segundo lugar, o Debu-chan é um restaurante pequeno, e muitas vezes há filas de pessoas esperando para entrar. Com a política de não assistir a vídeos, Kota Kai espera acelerar o processo de entrada e saída dos clientes, permitindo que outros ocupem seu lugar. Essa medida também visa respeitar os clientes que aguardam pacientemente sua vez.

Debate cultural e impacto na sociedade japonesa

A proibição de assistir a vídeos no Debu-chan gerou debates entre os japoneses. O Japão é conhecido por sua alta consideração pela comida e pelos chefs, e dar lugar a outras pessoas de forma oportuna é considerado uma boa maneira, especialmente durante os horários de almoço ou jantar nas grandes cidades como Tóquio.

No entanto, o ramen é visto como uma refeição casual, geralmente desfrutada sem a pretensão de restaurantes de alta gastronomia.

Embora muitos comentaristas do Twitter tenham aplaudido a proibição de vídeos no Debu-chan, outros acreditam que seja uma extensão excessiva de autoridade por parte do restaurante. Por exemplo, alguns clientes apontaram que o próprio restaurante possui uma TV para assistir, questionando a diferença entre assistir à TV e assistir ao YouTube.

Confira algumas das reações dos internautas:

“A maneira mais fácil de perceber que alguém não tem educação é quando você vê a pessoa fazendo outra coisa enquanto come.”

“Estranho. Estive neste restaurante de ramen e eles têm uma TV [acima do balcão]. Então assistir à TV enquanto come está bem, mas assistir ao YouTube não?”

Kota Kai esclarece que não acredita que as pessoas que assistem a vídeos enquanto comem estão tentando arruinar seu ramen ou fazer os outros esperarem. Ele defende que o restaurante não é a casa dos clientes e que a experiência de todos deve ser levada em consideração. Ainda assim, ele permite que os clientes tirem fotos do ramen servido antes de consumi-lo.


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Essa discussão traz à tona questões culturais e normas sociais japonesas, mostrando como os valores tradicionais podem entrar em conflito com a crescente influência da tecnologia em nossas vidas cotidianas.

Enquanto o debate continua, o restaurante no Japão está determinado a manter sua política, em busca de proporcionar uma experiência culinária mais autêntica e respeitosa aos seus clientes.

Fonte: SoraNews