Há 50 anos, o Japão inaugurou sua primeira loja de conveniência perto da Baía de Tóquio. Desde então, esses estabelecimentos se tornaram onipresentes, com os clientes visitando-os não apenas para comprar mantimentos, mas também para acessar serviços financeiros, entrega de encomendas e muito mais.
Contudo, nos últimos anos, o mercado de lojas de conveniência japonês se saturou, e a competição acirrou. Além disso, uma escassez de mão de obra agravou-se, levando algumas lojas a abrir mão de operações 24 horas e a adotar caixas automáticos para acompanhar as mudanças.
Inovações e adaptações no mercado japonês
A Seven-Eleven Japan Co. foi fundada em novembro de 1973, e sua primeira loja no país abriu no distrito de Toyosu, em Tóquio, em maio de 1974, após um acordo de licenciamento com a Southland Corp., a operadora da marca nos Estados Unidos.
Outras redes como Lawson Inc. e FamilyMart Co. iniciaram operações de franquia logo após o estabelecimento da Seven-Eleven, com o setor expandindo rapidamente para atender à demanda de clientes que queriam comprar mantimentos fora do horário de funcionamento das lojas tradicionais.
A primeira loja 24 horas surgiu em 1975, e os onigiris (bolinhos de arroz) embalados em plástico foram lançados em 1978, tornando-se um sucesso instantâneo na época em que eram considerados um tipo de alimento produzido apenas em casa.
Leia também
- Funcionário de combini evita assalto com apenas duas palavras. Saiba quais!
- Homem é preso por jogar lixo em estacionamento de Combini no Japão
Em 1987, as lojas de conveniência permitiram que os clientes pagassem contas de serviços públicos no caixa, usando leitores de código de barras. Além disso, em 1999, instalaram caixas eletrônicos (ATMs), possibilitando que as pessoas sacassem dinheiro.
O número de lojas de conveniência no Japão saltou de 6.308 no ano fiscal de 1983 para 58.340 no ano fiscal de 2018. Entretanto, o número caiu para 57.544 no ano fiscal de 2021, refletindo a saturação da indústria, segundo dados da Japan Franchise Association.
Com a redução da força de trabalho, alguns proprietários de lojas de conveniência tiveram que trabalhar longas horas, levando os operadores de franquias a introduzir horários de funcionamento mais curtos para enfrentar o problema.
A FamilyMart começou a implementar caixas automáticos, com o objetivo de aumentar o número de lojas com essas medidas de economia de mão de obra para cerca de 1.000 até o ano fiscal de 2026.
Outras redes também intensificaram seus esforços para se manterem competitivas, como o lançamento de alimentos congelados supervisionados por restaurantes famosos e a oferta de refeições preparadas na própria loja.
Tsuyoshi Yoshikawa, analista da SMBC Nikko Securities Inc., observa que os clientes ainda não retornaram aos níveis pré-pandêmicos. “As lojas de conveniência agora devem competir no desenvolvimento de produtos que possam atrair clientes e aumentar o gasto médio por cliente”, afirmou.
A evolução das lojas de conveniência japonesas mostra a capacidade de adaptação e inovação desses estabelecimentos em um mercado altamente competitivo e saturado. A incorporação de novos serviços e a adoção de tecnologias para enfrentar a escassez de mão de obra são exemplos de como essas empresas buscam manter-se relevantes e atraentes para os consumidores.
Fonte: Kyodo News