Bem-estar mental de crianças no Japão é um dos mais baixos do mundo

O bem-estar mental de crianças no Japão tem se tornado uma preocupação cada vez maior para os governantes. Embora fisicamente saudáveis, as crianças do Japão sofrem de um estado mental ruim, de acordo com um relatório de bem-estar divulgado pelo UNICEF.

A pesquisa, que comparou os níveis de felicidade em crianças de 38 países, colocou o Japão em primeiro lugar para a saúde física, mas 37º para o bem-estar mental.

Conheça mais aqui sobre como os jovens e crianças do país não estão conseguindo atingir bons níveis de saúde mental.

O bem-estar mental de crianças no Japão

Em uma pesquisa recente, a ONU já havia revelado que o Japão não pode ser considerado um país feliz. Agora, essa nova pesquisa que se atem aos jovens revela outro dado preocupante.

Além das altas taxas de suicídio entre os jovens e crianças, até cerca de 40% dos entrevistados indicaram que não estão satisfeitos com sua vida escolhendo uma pontuação de cinco ou menos em um máximo de 10 pontos. 

Assim, diante disso, o jornal Mainichi Shimbun resolveu entrevistar algumas crianças e jovens para ver se os dados realmente trazem uma realidade do Japão.

Em Tóquio, perto da famosa estátua do cachorro Hachiko em frente à estação JR Shibuya, um estudante universitário de 21 anos estava sentado sozinho em um arbusto longe da agitação das multidões. O repórter lhe pediu para pontuar sua satisfação com a vida em 10, o aluno sorriu ironicamente e disse: “Talvez 5”. Outro dado importante é que ele disse que seu nível de satisfação continua o mesmo de quando ele era um estudante do ensino fundamental.

Esse jovem trouxe um dado importante ao contar que durante toda a sua vida, ele seguiu um caminho pavimentado por seus pais.

Sempre teve de estuar muito e não tinha permissão para brincar com os seus amigos. Assim, sua única recordação da infância é de apenas de ir e voltar entre sua casa e a escola.

Apesar de já estar na faculdade, seus pais não permitiram que ele saísse de casa, sob o argumento de que sua vida “cairia no caos”. O estudante, assim, se desloca para a universidade, gastando mais de duas horas de ida. As aulas on-line foram realizadas continuamente até o ano passado em meio ao COVID-19, e ele tem apenas alguns amigos.

Além desse jovem, o repórter o jornal também abordou outras pessoas, incluindo uma estudante do primeiro ano do ensino médio que reclamou que as regras de sua escola eram rígidas. Outro estudante do primeiro ano da universidade que disse que se sente muito atacado nas mídias sociais e que aquele que é diferente sempre sofrerá.

 


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Mais dados sobre a pesquisa da UNICEF sobre bem-estar mental de crianças no Japão

No estudo da UNICEF, quando crianças de 15 anos foram solicitadas a pontuar sua satisfação com a vida, 90% das crianças na Holanda deram uma pontuação de 6 em 10 ou mais. Em contraste com aquele país, que ficou em primeiro lugar, o Japão viu 62% de suas crianças com as mesmas pontuações. No ano acadêmico de 2020, um recorde de mais de 190.000 crianças em escolas de ensino fundamental e médio em todo o Japão pararam de frequentar as aulas.