O governo japonês recentemente solicitou às escolas que não penalizem estudantes que se atrasem ou faltem às aulas devido a denúncias de assédio sofrido durante o trajeto. A medida visa encorajar os jovens a denunciar casos de assédio em transporte público, sem receio de punições acadêmicas.
Mudança de políticas para eliminar o assédio
O pedido faz parte de uma série de mudanças na política governamental, inserida em uma campanha lançada em março para eliminar o “chikan” (assédio em público). As diretrizes foram enviadas aos conselhos educacionais em todo o país, acompanhando o início do novo ano letivo e o retorno de mais estudantes às salas de aula após interrupções causadas pela pandemia de COVID-19.
Além disso, o governo japonês identificou o assédio como um crime grave, capaz de causar enormes danos psicológicos e físicos às vítimas, e inaceitável por violar a dignidade individual. No Japão, os agressores podem ser condenados a até seis meses de prisão ou multas de até 500.000 ienes (aproximadamente US$ 3.774).
Apoio aos estudantes vítimas de assédio
Outra medida proposta pelo governo é a realização de aulas de reposição para os estudantes que precisarem se ausentar para denunciar casos de assédio. Isso permitirá que os alunos recuperem as atividades e lições perdidas.
O assédio em transporte público é um problema persistente no Japão. Em resposta a uma onda de incidentes, vagões exclusivos para mulheres foram introduzidos em Tóquio em 2005. Na época, cerca de 64% das mulheres entre 20 e 30 anos na capital japonesa relataram ter sofrido assédio em trens.
A eliminação do assédio público faz parte dos objetivos do governo japonês para alcançar a igualdade de gênero. Essas iniciativas demonstram a preocupação em apoiar e proteger os estudantes, garantindo que denúncias de assédio não prejudiquem suas carreiras acadêmicas.
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Fonte: VICE