Keijidosha: Por que os mini carros japoneses não são exportados

Por que os keijidosha não são exportados para outros países

No Japão, os keijidosha (leia-se kei jidousha), conhecidos também como carros de placa amarela, representam cerca de 40% do total de veículos motorizados. Segundo a Associação Nacional de Keijidosha, em março de 2022, aproximadamente 31,3 milhões desses veículos estavam em circulação.

Esses carros compactos e econômicos, surgiram na década de 1950 como parte da “Visão de Carros Nacionais” promovida pelo Ministério da Economia, Comércio e Indústria.

O Sucesso dos keijidosha no Japão

Ao longo dos anos, os keijidosha se tornaram essenciais para a vida das pessoas no Japão. Devido ao seu tamanho compacto, esses veículos são ideais para as ruas estreitas e estacionamentos pequenos comuns nas cidades japonesas. Além disso, eles têm uma manutenção acessível graças aos benefícios fiscais concedidos pelo governo.

No entanto, apesar do sucesso no Japão, esses veículos não são comumente exportados para outros países. Embora a Honda tenha exibido o N-BOX, um dos keijidosha mais populares, em Jacarta, Indonésia, em setembro de 2022, a empresa afirmou que era apenas uma exposição de referência e que não tinha planos de vendas oficiais.

As principais montadoras japonesas dos keijidōsha são a Honda, Suzuki, Daihatsu, Mazda, Mitsubishi, Subaru e Nissan.

A classificação dos automóveis de placa amarela inclui carros para quatro pessoas, micro vans e picapes. Para que um veículo seja classificado como um “Kei Jidousha”, ele deve atender aos seguintes requisitos:

  • Ter um comprimento máximo de 3,4 metros
  • Ter uma potência de até 64 cavalos
  • Ter uma largura máxima de 1,48 metros
  • Possuir um motor com capacidade de 660ml (ou 0,66 litros)

A razão para a não exportação

Então, por que os mini carros não são exportados para outros países? A principal razão é que esses veículos são projetados e fabricados de acordo com os padrões exclusivos do Japão. Como resultado, eles não estão prontos para atender aos padrões de segurança de colisão em outros países sem modificações adicionais.

“Para vender um carro novo, é necessário passar por vários testes de certificação no país ou região em questão. A maioria dos keijidosha não atenderia aos padrões de segurança de colisão estrangeiros em seu estado atual”, explicou um insider da indústria automobilística.

Isso não significa que os keijidosha são inseguros. Simplesmente, eles não foram sintonizados para atender aos padrões específicos de outros países. E como os keijidosha são projetados exclusivamente para o mercado japonês, as empresas não veem a necessidade de arcar com os custos adicionais de adaptação para atender aos padrões internacionais.

Restrições de tamanho e potência

Além disso, a natureza compacta e a limitação de potência dos keijidosha – devido aos regulamentos japoneses que limitam o deslocamento do motor a 660cc e a largura do veículo a 1,48 metros – podem não ser atraentes para os consumidores em outros países. Em muitas nações, os consumidores tendem a preferir carros maiores e mais potentes.

A exceção: exportação de keijidosha usados

Existe uma exceção para a regra de que os keijidosha não são exportados: os keijidosha usados. Esses carros são populares em países onde as regulamentações automotivas são menos rigorosas, como na África Oriental e no Sudeste Asiático. No entanto, a exportação de carros de placa amarela usados ainda é uma pequena fração do mercado automobilístico japonês.

Embora os keijidosha sejam extremamente populares no Japão, a sua exportação para outros países é limitada. A combinação de regulamentos de segurança, preferências dos consumidores e o custo de adaptar esses veículos para atender aos padrões internacionais impede que eles sejam amplamente vendidos fora do Japão.

No entanto, para os amantes de carros compactos e eficientes, os keijidosha usados podem ser uma opção viável em alguns mercados.


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Em resumo, os keijidosha são carros únicos que se adequam perfeitamente ao estilo de vida japonês e às suas condições de condução específicas.

No entanto, devido a regulamentos rigorosos de segurança, restrições de tamanho e potência, e a necessidade de adaptar esses veículos para atender aos padrões internacionais, a exportação de keijidosha novos para outros países é bastante limitada. Ainda assim, para os amantes de veículos compactos e eficientes, os mini carros usados podem ser uma opção em alguns mercados.

Entender as razões pelas quais esses carros não são geralmente exportados ajuda a destacar as diferenças únicas nos mercados automobilísticos ao redor do mundo e as complexidades da conformidade regulatória na indústria automotiva global.

Esperamos que esta leitura tenha oferecido uma visão clara sobre este assunto intrigante e exclusivamente japonês. Para mais informações sobre o mercado automotivo japonês e as tendências globais da indústria automobilística, sinta-se à vontade para explorar outros artigos em nosso site.

Fonte: Yahoo News