Presidente da Johnny & Associates pede desculpas públicas sobre escândalo de abuso sexual

Julie Keiko Fujishima, presidente da Johnny & Associates, uma das maiores agências de talentos do Japão, divulgou um pedido de desculpas público em resposta às acusações de abuso sexual atribuídas ao falecido fundador da empresa, Johnny Kitagawa. Raramente tal atitude é tomada por um alto cargo na indústria.

O pronunciamento de Fujishima, sobrinha do ex-presidente envolto em escândalos, ocorreu um mês após Kauan Okamoto, cantor e compositor japonês-brasileiro, alegar que Kitagawa o abusou sexualmente em várias ocasiões quando era adolescente.

Compromisso com as vítimas

Primeiramente, Fujishima expressou “as mais profundas desculpas” àqueles que afirmaram ser vítimas, adicionando que não estava ciente das ações de Kitagawa contra os talentos da agência. Kitagawa foi objeto de numerosas alegações de má conduta sexual, tendo a revista semanal japonesa Shukan Bunshun publicado em 1999 uma série detalhando acusações de abuso infantil e exploração sexual por vários garotos que ele acolheu.

Fujishima afirmou que “não pode confirmar com Johnny Kitagawa, que é a pessoa em questão”, mas reforçou seu compromisso com a implementação de medidas para atender às necessidades das vítimas.


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Em uma coletiva de imprensa em abril, Okamoto disse que foi abusado por Kitagawa cerca de 15 a 20 vezes entre 2012 e 2016, quando ainda era membro da agência. Ele afirmou conhecer pelo menos mais três pessoas que passaram por experiências semelhantes.

Kitagawa foi uma das figuras mais poderosas na indústria do entretenimento do Japão, alavancando numerosos grupos como SMAP, Arashi e Hey! Say! JUMP para o estrelato antes de sua morte em 2019.

As alegações envolvendo Kitagawa ganharam destaque internacional após a BBC exibir um documentário em março que incluía entrevistas com pessoas além de Okamoto que afirmaram ter sido abusadas sexualmente pelo magnata da música.

Fonte: Kyodo