A filosofia do quiet quitting – demissão silenciosa – no Japão

O termo quiet quitting se tornou famoso no Tik Tok. Esse termo pode ser traduzido para o português como a demissão silenciosa, em que se trata de fazer o mínimo no trabalho para não ser demitido.

Portanto, é um termo mais ligado à desmotivação do empregado. E

Entretanto, se você conhece um pouco sobre a cultura japonesa pode estar pensando em como pode haver esse fenômeno no país sendo que os japoneses são muito disciplinados?

A verdade é que , assim como em diversos outros lugares, há pessoas que estão insatisfeitas com os seus trabalhos. Elas muitas vezes podem estar entediadas, ou acharem que seus esforços não estão sendo reconhecidos. Dessa maneira, também há a demissão silenciosa no Japão, apesar de, provavelmente, ser em menor grau do que quando comparado com países como os EUA e o próprio Brasil.

Os japoneses, mesmo incomodados, de acordo com a sua sua cultura, sempre tentarão fazer o máximo, mesmo que isso signifique uma boa dose de sacrifício.

Mas, o mais interessante é que, mesmo antes do termo quiet quitting se tornar tão famoso e um meme, o Japão já possuía discussões de como evitar esse tipo de desmotivação.

Conheça aqui um pouco sobre como o Japão pensa e combate esse fenômeno.

O Japão já tem a resposta para o quiet quitting

Para entendermos como o Japão já possui uma resposta para este fenômeno, precisamos voltar à história de um empresário.

Estamos falando Kazuo Inamori. Ele foi  um dos gigantes da indústria japonesa do pós-guerra, que morreu no ano de 2022 com 90 anos. Ele fundou a fabricante de eletrônicos Kyocera Corp. A 48ª e a quinta maior empresa do Japão por valor de mercado – e estava totalmente obcecada em melhorar a gestão, aumentar o engajamento e tornar os trabalhadores mais felizes. 

Diga-se de passagem, essa preocupação que ele carregava, devia ser de todas as empresas. Afinal de contas, trabalhadores felizes também produzem mais e melhor.

Para Inamori, trabalhar era viver. Para desistentes tranquilos que procuram passar mais tempo em recreação, ele alertou que esse prazer é passageiro.

Além disso, ele também tinha o costume de orientar os trabalhadores a não fazer o seu melhor. Mas a fazer as coisas com perfeição. Buscar a perfeição em algo é muito diferente do que só fazer o seu melhor, exige mais cuidado e atenção.


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Para ter uma equipe sempre animada e em busca dessa perfeição, ele professava que era necessário cuidar bem dos trabalhadores. Por conta disso, a gerência e os trabalhadores faziam parte de uma mesma equipe. Pode ser que você ache que isso não é algo diferente. Mas estamos falando de um Japão extremamente hierarquizado e há décadas atrás. Isso aconteceu antes mesmo de países em que as empresas são mais flexíveis.

Por conta da desmotivação e da argumentação da falta de reconhecimento que muitas pessoas relatam hoje, alguns dos escritos de Inamori já traziam como evitar situações como essa: “A administração não deve procurar satisfazer apenas seus próprios desejos”, disse Inamori. “Eles devem pensar na felicidade de cada funcionário.”

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