Um outro lado do Japão que pouco se fala é a recusa em usar a tecnologia. Com certeza você deve estar se surpreendendo com essa afirmação. Afinal de contas, uma das imagens mais difundidas do país, é a de que por lá tudo possui robôs, muita inteligência artificial etc.
Entretanto, existem muitos locais em que essa tecnologia não consegue entrar. E isso tem causado grandes problemas para o governo japonês e também para as empresas. Afinal de contas, muitos aprimoramentos tecnológicos possuem a missão de nos ajudar e com isso podemos produzir mais.
Apresentamos aqui alguns exemplos de como uma parte do Japão se recusa a usar tecnologia e como isso tem sido um gasto a mais para o país.
O outro lado do Japão
Um funcionário da prefeitura da província ocidental de Yamaguchi carregava um disquete contendo informações de contas de 463 moradores para um banco local. Ele tinha a intenção de transferir os pagamentos para os moradores.
Mas em algum lugar entre as instruções do funcionário e o processamento da transação pelo banco, houve uma falha de comunicação. Em vez de 463 residentes receberem seus pagamentos, apenas um morador recebeu um pagamento único para todos os residentes. Por hora você pode até pensar que ele foi um sortudo, mas não. Afinal de contas, apropriar-se indevidamente de algo que foi lhe dado por acidente também é um crime. Ou seja, ele recebeu o valor e uma dor de cabeça.
Tal contratempo poderia ser compreensível se tivesse ocorrido na década de 1980, quando os computadores pessoais e os dispositivos de memória estavam surgindo. Mas isso aconteceu no Japão em 2022…
E o mais impressionante, é que as informações dos pagamentos estavam em um disquete.
Incidentes como esses são lembretes do estado de disfunção digital no Japão. Antes conhecido como uma potência tecnológica, o Japão ficou para trás na onda global de transformação digital.
Além disso, ainda há muito uso de papel no Japão o que faz com que seja possível até mesmo perdê-los como haver um maior número de erros.
Os investimentos em tecnologia digital têm sido lentos desde a década de 1990 , pois muitas empresas temem possíveis desvantagens, como violações de dados e segurança. Disquetes e aparelhos de fax podem estar desatualizados, mas não usam redes online e não podem ser hackeados.
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O outro lado do Japão e a falta de mão de obra em TI
Uma pesquisa com empresas japonesas feita pelo Ministério de Assuntos Internos e Comunicação destacou a escassez de pessoal no setor de tecnologia da informação e comunicação (TIC) como um fator-chave por trás do atraso no avanço da transformação digital.
Este é um problema do lado da oferta. Em 2018, a escassez de pessoal de TIC no Japão totalizou aproximadamente 220.000. O Ministério da Economia, Comércio e Indústria (METI) estima que a escassez vai piorar e aumentar para 450.000 trabalhadores até 2030.
Um dos fatores para isso acontecer é que no Japão as vagas para TI não são muito atraentes. Os salários não são tão bons como em outros países de primeiro mundo, como é o caso dos EUA que paga mais que o dobro.
Fonte: Asia Times e Suki Dessu.