De fato, as tatuagens têm sido uma questão controversa no Japão, principalmente devido à sua associação histórica com a Yakuza, a organização criminosa do país. Contudo, uma reunião realizada pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa da Câmara dos Conselheiros do Japão na terça-feira pode sinalizar uma mudança nesta visão tradicional.
Entre os tópicos discutidos, destacou-se a política de tatuagens das Forças de Autodefesa do Japão. Atualmente, os candidatos à inscrição nas Forças de Autodefesa são rejeitados se tiverem tatuagens. No entanto, Masahisa Sato, membro do Partido Liberal Democrático e ex-membro das Forças de Autodefesa, acredita que a postura contra as tatuagens precisa ser amenizada.
A mudança de perspectiva
Segundo Sato, existem dois problemas com a política atual. Primeiro, a baixa taxa de natalidade do Japão está reduzindo a população e aumentando a média de idade, diminuindo o número de candidatos potenciais ao serviço das Forças de Autodefesa. Além disso, a exclusão de candidatos com tatuagens restringe ainda mais esse grupo.
Com o aumento do número de pessoas no Japão que têm tatuagens, mas não possuem nenhuma ligação com o crime organizado, Sato argumenta que é necessário uma reavaliação. Ele cita as chamadas “tatuagens de moda”, como pequenas flores ou nomes, que diferem significativamente dos designs mais elaborados favorecidos pelos membros da Yakuza.
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Em resposta a essas considerações, a Comissão de Relações Exteriores e Defesa anunciou que vai reavaliar formalmente a política de não-tatuagem para os candidatos às Forças de Autodefesa, com a possibilidade de removê-la se não for mais considerada necessária.
Embora a tatuagem ainda seja estigmatizada em muitos locais públicos no Japão, a possível mudança nas Forças de Autodefesa sinaliza uma nova era na aceitação da arte corporal no país.
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Fonte: Japan Today