O Japão é um dos poucos países que ainda mantém fortes laços com suas tradições ancestrais. Como nação insular, desenvolveu uma cultura única e fascinante. Exemplos icônicos incluem a cerimônia do chá, o teatro kabuki e o sumô. Outro elemento cultural marcante são as gueixas, cuja prática é bastante conhecida no ocidente, mas amplamente mal compreendida.
Artefatos originais de gueixas raramente deixam o Japão. No entanto, quando isso acontece, tornam-se extremamente valiosos e cobiçados por colecionadores. Vamos explorar esse universo.
A história das gueixas remonta ao início do século XVIII, quando surgiram como assistentes de uma classe de cortesãs japonesas de alto nível, chamadas oiran. Os primeiros gueixas eram homens, mas logo foram substituídos por mulheres. A popularidade das gueixas cresceu e, na década de 1920, cerca de 80.000 delas ofereciam entretenimento e hospitalidade altamente estilizados aos seus clientes asiáticos.
Contudo, após a entrada do Japão na comunidade internacional antes da Segunda Guerra Mundial, o entusiasmo pelas gueixas diminuiu. Importante ressaltar que as verdadeiras gueixas nunca foram trabalhadoras do sexo, mas sim, artistas ritualizadas.
O legado vivo das gueixas na atualidade
Hoje, aproximadamente 1.000 gueixas continuam a praticar sua arte secular. O treinamento nas artes de cantar, dançar, caligrafia, movimento e etiqueta é um processo que exige anos de estudo. A maioria das gueixas está em Kyoto e outros centros urbanos, onde participam de cerimônias e se apresentam de maneira praticamente inalterada ao longo dos séculos. Entre os colecionadores modernos, são as roupas e acessórios das gueixas que atraem grande interesse.
Artefatos de gueixas
Gueixas em treinamento usam vários tipos de quimonos, com grampos de cabelo especiais “kanzashi” e ornamentos “miokuri” para indicar seu status de aprendiz. Uma vez treinadas, seus quimonos coloridos de seda pesada, com desenhos tradicionais, tornam-se suas peças mais visíveis.
Esses quimonos são complementados por sapatos altos “okobo”, grampos de cabelo de casco de tartaruga, coques de cabelo de seda acolchoados e uma variedade de outros acessórios menores. A maquiagem branca tradicional e os lábios vermelhos brilhantes são mais marcas da identidade das gueixas.
Além disso, bolsas, golas, leques, sandálias, meias e outros itens completam o uniforme das gueixas. Joias no sentido ocidental, como broches e pulseiras, não são utilizadas, mas outros acessórios são cuidadosamente confeccionados e delicadamente ornamentados.
Os leques das gueixas geralmente são feitos de papel pesado revestido com folha de ouro ou outro agente colorante e unidos por hastes de madeira. Eles têm múltiplas funções, como adereços, para se refrescar e para manter a maquiagem intacta, sendo geralmente escondidos nas camadas do quimono.
Por fim, as perucas das gueixas “katsura” se tornaram uma categoria colecionável à parte. Autênticas katsuras são feitas de cabelo humano real e arranjadas em padrões de coque múltiplo. Seu uso se popularizou após a Segunda Guerra Mundial, quando a escassez de salões de cabeleireiro tornou as perucas uma alternativa mais fácil do que penteados diários.
Estilo Shimada
O estilo shimada (casamento) é o design mais conhecido, mas está longe de ser o único. Essas perucas são complicadas e caras de serem produzidas, com o cabelo fortemente encerado e preso para permanecer no lugar. Sendo assim, eram cuidadosamente armazenadas junto com todos os seus acessórios.
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A coleção de trajes autênticos de gueixas é um segmento pequeno, mas crescente da categoria de roupas vintage. Peças de qualidade podem ser vendidas por milhares de dólares. Não surpreendentemente, falsificações e imitações baratas para fantasias e uso diário são comuns.
No entanto, eventualmente, artefatos de gueixas autênticos aparecem online em sites como eBay e Etsy, e há alguns revendedores especializados em quimonos japoneses originais e itens relacionados. Pesquise bem, seja cauteloso e talvez você consiga uma coleção digna de admiração.
Fonte: Japan Go