Em algum momento no Japão do século XV, uma técnica de cultivo chamada daisugi foi desenvolvida em Kyoto. Escrito como 台杉 e literalmente significando cedro plataforma, a técnica resultou em uma árvore base aberta com várias árvores (aparentemente outras) crescendo sobre ela, perfeitamente verticais. Na foto abaixo, está um daisugi no distrito de Kitayama em Kyoto e é talvez o exemplo mais famoso em todo o Japão.
A técnica surgiu em Kyoto como meio de resolver a falta de mudas. Com ela tornou-se possível criar uma colheita sustentável de madeira de uma única árvore. Bem feita, a técnica pode evitar o desmatamento e resultar em madeiras perfeitamente redondas e retas conhecidas como taruki, que são utilizadas nos telhados das casas de chá japonesas, entre outras aplicações.
Daisugi com finalidade de decoração também existe no Japão, mas mantê-lo pode ser caro e demorado. Abaixo, jardineiros de Komori Zouen mostram fotos de antes e depois que ilustram a técnica.
Eles explicam a importância de aparar bem os galhos, retirar os excessos de folhas e galhos para que a árvore ventile bem e receba luz. Isto também faz com que sobre mais nutrientes para que a árvore possa crescer adequadamente. A eficiência é importante, mas a parte estética também tem importância fundamental no conjunto: o jardineiro deve aparar a árvore de forma que fique harmoniosa e equilibrada.
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Abaixo está uma pequena floresta de daisugi, em contraste com a folhagem de outono em Kyoto:
Daisugi também foi tema da pintura japonesa. Abaixo está um pergaminho do famoso Kitayama Daisugi, pintado por Housen Higashihara (1886 – 1972).
Fonte: Spoon&Tamago